Politica

Mandetta critica postura presidencial

Correio Braziliense
postado em 14/05/2020 04:03
Mandetta: Bolsonaro, ao contrário de Trump, não se rende aos fatos


O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta atribuiu ao presidente Jair Bolsonaro a dificuldade em alertar a população brasileira sobre a gravidade do novo coronavírus. Em entrevista concedida ontem à CNN norte-americana, o médico e político criticou a postura do chefe do Executivo ao se referir à epidemia como “gripezinha”, não reconhecendo a gravidade da doença que já matou mais de 12,4 mil brasileiros.

Questionado sobre a forma com que o Brasil reage perante à crise instalada pela pandemia, Mandetta disse que, diferentemente do presidente Donald Trump, Bolsonaro não teve uma mudança de postura. “Até mesmo o presidente Trump voltou atrás quando ele tomou conta de como a epidemia poderia ser danosa para os EUA ao ver o sistema de saúde de Nova York, Chicago, Califórnia, Flórida, entraram em colapso. Nosso presidente continua com o mesmo discurso”, comparou Mandetta.

Entre as atitudes presidenciais que confundem a sociedade, Mandetta citou a defesa de medicamentos como a cloroquina, mesmo sem provas científicas da eficácia (leia mais na página 6). “Ele continua dizendo que temos a droga, a cloroquina, que salva e que é barata. Continua dizendo que a economia precisa voltar e que a perda de trabalho vai ser pior do que a perda pela epidemia. E que as pessoas deviam estar preocupadas com a economia porque ficar em casa vai trazer mais dano para a saúde das pessoas. Então é muito difícil convencer as pessoas a não se exporem à doença”, detalhou.

A entrevista foi ao ar antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) liberar os exames sobre o diagnóstico de Bolsonaro para o novo coronavírus. Mandetta disse que não sabia dos resultados, mas ressaltou a viagem da comitiva presidencial que voltou dos Estados Unidos em março com vários dos membros testando positivo para a doença. “Logo depois que ele fez uma viagem aos EUA […] voltou no avião com a doença. Das pessoas que viajaram com ele, 17 testaram positivo até 15 dias depois que ele chegou. Essa viagem foi uma viagem do coronavírus”, afirmou. Na versão original em inglês, o termo utilizado por Mandetta foi traduzido como “corona trip”.


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