Politica

Aras contra a íntegra

Correio Braziliense
postado em 15/05/2020 04:13
Procurador acha que ainda não é hora de ouvir o presidente


O procurador-geral da República, Augusto Aras, requereu ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o vídeo da reunião ministerial não seja tornado público em sua integralidade. O material faz parte do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir em investigações da Polícia Federal.

O requerimento pede que todo o conteúdo da reunião, que não diz respeito ao inquérito, seja mantido em sigilo. A justificativa é de que a reunião era um evento fechado e que se tratava do Plano Pró-Brasil, programa de recuperação econômica pós-coronavírus –– ou seja, uma questão de Estado. “Cuida-se, indubitavelmente, de tema alheio ao escopo da investigação. A maior parte do vídeo foi dedicada à exposição desse programa e à fala de autoridades”, explica.

O requerimento ainda diz que não é necessária a degravação integral da reunião porque existem outros meios para conseguir as informações necessárias do vídeo.

Aras também avalia a necessidade da tomada de novos depoimentos. Essa nova rodada deve preceder a intimação para que o presidente seja ouvido na investigação. A informação foi apurada pelo Correio junto a fontes da PGR. Na avaliação de Aras, os elementos contidos até o momento ainda não foram suficientes para ele formar opinião sobre indícios do cometimento de crimes por Bolsonaro e Moro.

Ontem, a AGU se manifestou sobre a consulta de Celso de Mello sobre a possibilidade de levantar o sigilo do vídeo. Na manifestação, pediu que sejam divulgadas publicamente apenas as declarações feitas pelo presidente no encontro, com exceção da parte em que ele faz considerações sobre outros países. Na mesma petição, reitera as afirmações de Bolsonaro de que, durante a reunião, ele não citou as palavras “superintendente”, “diretor-geral” ou “Polícia Federal”. A defesa de Moro se manifestou favoravelmente à divulgação da íntegra da gravação.




Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags