Politica

Parlamentares repudiam interferência

Correio Braziliense
postado em 16/05/2020 04:12
A saída do ministro da Saúde, Nelson Teich, repercutiu mal no Congresso. O desembarque do médico oncologista após 28 dias no cargo gerou ansiedade sobre quem o presidente Jair Bolsonaro escolherá para substituí-lo e os efeitos de trocas na pasta.

O líder do Podemos na Câmara, Léo Moraes (RO), destacou que a troca ocorre quando os números de infecção e morte apontam crescimento. “É preocupante para o país que tenhamos, mais uma vez, mudança no comando do Ministério da Saúde, mudanças de política e de protocolos de trabalho, que precisam de tempo para apresentar resultados. E esse tempo, infelizmente, o Brasil não tem mais”, disse.

Para o líder do PSB, deputado Alessandro Molon (RJ), é hora de dar curso aos pedidos de impeachment protocolados contra Bolsonaro. “O presidente da República não quer um ministro técnico, mas alguém que concorde com as suas insanidades ideológicas, em insistir na irresponsabilidade da cloroquina e na reabertura do comércio e fim do distanciamento social”, reprovou.

No Senado, o vice-líder do Cidadania, Alessandro Vieira (SE), demonstrou preocupação semelhante. “O grande sinal é de que Jair Bolsonaro está procurando um médico fanático, um charlatão disposto a endossar protocolos não aceitos pela ciência, ou um cumpridor de ordens, que pode ser um militar fardado ou integrante do Centrão”, frisou.

Líder do governo no Congresso, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO) e o também emedebista Hildo Rocha (MA) saíram em defesa de Bolsonaro. “Eu vejo como uma troca de ministros que é prerrogativa do presidente. E a decisão do ministro tem de ser respeitada. Ele não quis continuar no cargo. É uma troca importante em um momento decisivo, mas que temos que encarar com espírito de solução. É partir para cima e resolver”, argumentou Gomes. “Se a pessoa que ele botou não está dando conta, tem de tirar. Ele está tendo coragem, pois é um momento de muita incerteza e intranquilidade, é algo muito arriscado perante o pensamento da população”, opinou Rocha.

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