Correio Braziliense
postado em 17/05/2020 04:16
Jair Bolsonaro chegou a ser aconselhado, na última semana, pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a fazer uma videoconferência com governadores para tentar construir algum diálogo. No entanto, a relação dele com os chefes estaduais parece difícil de ser recuperada, especialmente após mais uma baixa no Ministério da Saúde e porque as saídas de Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta aconteceram porque os dois não cederam às vontades do presidente –– priorizando o que recomendam as autoridades sanitárias no combate ao vírus.
“Presidente Bolsonaro, ninguém vai conseguir fazer um trabalho sério com sua interferência nos ministérios e na Polícia Federal. É por isso que governadores e prefeitos precisam conduzir a crise da pandemia e não o senhor, presidente”, condenou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).
“A saída de mais um ministro da saúde em meio à pandemia mostra como estamos à deriva no enfrentamento à crise por parte do governo federal. Ou o presidente deixa o ministério agir, segundo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) ou vamos perder cada vez mais brasileiros”, reforçou o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB).
Segundo o cientista político Rodrigo Prando, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Bolsonaro “sempre gosta de lembrar que é dono da caneta”. No entanto, o presidente “não entende a diferença substancial entre mandar e liderar” e, em mais de 500 dias de governo, “acha mais importante confrontar do que governar efetivamente o país”.
“Nesse momento, a sociedade brasileira reclama por uma liderança capaz de dialogar, de apontar um rumo e nos guiar. O brasileiro não encontra essa liderança na figura do presidente e as pesquisas demonstram que os governadores e até prefeitos são mais bem avaliados do que Bolsonaro”, pontuou o especialista. (AF e IS)
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