Bruna Lima
postado em 18/05/2020 06:00

Antes da manifestação da PGR, que incluirá depoimento de Marinho no âmbito do inquérito que investiga a suposta interferência do presidente na PF, a defesa do ex-ministro da Justiça Sergio Moro estudava fazer o pedido. Os advogados do ex-juiz da Lava-Jato iriam esperar até amanhã uma manifestação do procurador-geral Augusto Aras e da PGR sobre as declarações do empresário. ;Espero que os fatos revelados, com coragem, pelo Sr. Paulo Marinho, sejam totalmente esclarecidos;, afirmou Moro no Twitter.
No sábado, a defesa de Moro argumentou que as trocas no GSI, reveladas em reportagem do Jornal Nacional, demonstram que ;nunca houve por parte do presidente da República qualquer insatisfação com o serviço de segurança pessoal que lhe era prestado ou a seus familiares no Rio de Janeiro, tampouco qualquer dificuldade para realizar substituições na área, já que os responsáveis foram, logo antes da reunião ministerial do dia 22/4/2020, promovidos ou substituídos;. Ao menos três movimentações no Gabinete de Segurança Institucional ocorreram nos últimos dois meses sem indícios de dificuldades para isso.
Alvo das denúncias, o senador Flávio afirmou que as declarações de seu suplente são ;estórias; e ;não passam de invenção de alguém desesperado e sem votos;. O parlamentar justifica, em nota, divulgada ontem, que Marinho tem interesse em prejudicá-lo. ;Ele sabe que jamais teria condições de ganhar nas urnas e tenta no tapetão;, ataca, fazendo alusão sobre as intenções eleitorais por trás das revelações, já que Marinho pretende se candidatar à prefeitura do Rio de Janeiro. ;Por que somente agora inventa isso, às vésperas das eleições municipais em que ele se coloca como pré-candidato do PSDB à Prefeitura do Rio, e não à época em que ele diz terem acontecido os fatos, dois anos atrás?;, questina o senador.
Proteção policial
Após o desdobramento ao longo do dia, Marinho disse ter solicitado proteção policial a Wilson Witzel (PSC). ;Em função de novas circunstâncias surgidas nas últimas horas, solicitei ao governador do RJ proteção policial à minha família e, após criteriosa análise das autoridades envolvidas, fomos atendidos. Seguiremos firmes lutando pela verdade e pelo Brasil;, postou o empresário nas redes sociais.
Paulo Marinho disse, ainda, que decidiu expor a situação após as revelações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que acusa Jair Bolsonaro de tentar interferir na diretoria da PF. ;Agradeço às manifestações de apoio que tenho recebido neste momento em que, após as denúncias do Min. Sergio Moro, considerei a necessidade de dar publicidade às informações que podem colaborar com as investigações.;