Politica

O relato de Marinho

Correio Braziliense
postado em 19/05/2020 04:03
Veja a cronologia dos acontecimentos, segundo narrou o empresário à Folha de S. Paulo

15/10/2018
Um delegado da PF do RJ se encontrou com o então chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro, Miguel Angelo Braga Grillo, com Victor Alves, advogado do gabinete, e com Val Maliga (de confiança de Flávio) e contou que a Operação Furna da Onça seria deflagrada e ia atingir a Alerj, chegando a pessoas do gabinete do então deputado: entre elas, Fabrício Queiroz, além da filha dele, Nathalia Queiroz, que trabalhava no gabinete de Jair Bolsonaro, à época, deputado federal. O delegado disse que iam segurar a operação para não prejudicar a eleição de Bolsonaro e sugeriu que Queiroz e a filha fossem demitidos. Flávio comunicou o fato ao pai, que pediu que Queiroz e a filha fossem demitidos. No mesmo dia, os dois foram exonerados.

28/10/2018
Bolsonaro foi eleito presidente. Ele fez a primeira reunião com seus futuros ministros na casa de Paulo Marinho. Estavam no local o vice-presidente Hamilton Mourão; Onyx Lorenzoni (Cidadania, ex-Casa Civil); Paulo Guedes (Economia); Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral, exonerado em fevereiro de 2019 e falecido em março deste ano); e o coronel Miguel Angelo Braga Grillo.

8/11/18
A Operação Furna da Onça foi deflagrada. Desdobramento da Lava-Jato no RJ, ela apontava loteamento de cargos públicos e pagamento de propina a deputados na Alerj. Durante as investigações, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) descobriu uma movimentação financeira atípica de Fabrício Queiroz.

12/12/18
O senador eleito Flávio Bolsonaro ligou para Paulo Marinho, após sugestão do pai, e pediu uma indicação de um advogado criminalista. Marcaram um encontro no dia seguinte.

13/12/18
Na casa de Marinho, se reuniram os advogados Christiano Fragoso e Victor Alves e Flávio. O filho do presidente relatou a história envolvendo Queiroz. Na ocasião, contou sobre o aviso que teve por parte de um delegado da PF. Alves disse que estava “impressionado com a loucura do Queiroz”, que havia feito “uma movimentação bancária” incompatível. Flávio lamentou a quebra de confiança de Queiroz em relação a ele. No mesmo dia, Queiroz se encontrou com Victor Alves e um advogado indicado por Fragoso, Ralph Hage Vianna. Marinho relatou tudo a Bebianno, que repassou as informações a Bolsonaro. Eles estavam no gabinete de transição, em Brasília.

14/12/18
Em São Paulo, Marinho se encontrou com o advogado Antônio Pitombo para tratar do assunto, com os advogados Victor Alves, que mantinha contato com Queiroz, e Ralph Hage Vianna, que se reuniu com o Queiroz, além de Bebianno. A reunião foi no Hotel Emiliano. Os defensores discutiram estratégias e preocupações em relação a Queiroz e a conversa que Hage havia tido com ele.

18/12/18
Dia da cerimônia de diplomação de Flávio (como senador) e Marinho (suplente). O filho do presidente se encontrou depois, rapidamente, com o empresário no restaurante Esplanada Grill, em Ipanema. O parlamentar disse que havia conversado com o pai e informou que decidiram montar um outro esquema jurídico, comandado por outro advogado. Marinho disse que não haveria problema e que ia desfazer o que já havia articulado.



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