Politica

"Nenhum ministro saiu por corrupção", diz Bolsonaro

A fala do chefe do Executivo foi feita com a intenção de minimizar a saída de três ministros do governo em menos de 30 dias

Correio Braziliense
postado em 19/05/2020 11:33
Jair BolsonaroO presidente Jair Bolsonaro afirmou a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada na manhã desta terça-feira (19) que ‘nenhum ministro saiu por corrupção’. A fala do chefe do Executivo foi feita com a intenção de minimizar a saída de três ministros do governo em menos de 30 dias. O então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta saiu no dia 16 de abril. Sergio Moro, da pasta da Justiça e Segurança Pública, no dia 24 de abril e Nelson Teich no último dia 15. “Nenhum ministro saiu por corrupção ou acomodação partidária. No passado, trocava centenas de ministros por ano e a imprensa falava nada. Agora trocam um aqui e eles…”, apontou Bolsonaro.

O presidente ainda ouviu um apoiador que se disse representante de microempresários do Gama (DF). Ele reclamou a Bolsonaro que a mídia erra quando diz para a população ficar em casa. “O governo do DF acertou ao liberar para trabalhar, mas o cliente não vai porque a mídia fala "fica em casa" e o meu cliente não vai”, disse.

Bolsonaro então respondeu: “É só você não ouvir a mídia, pô. Não ouve a mídia”, disse Bolsonaro, sendo ovacionado. “Parece que querem o caos no Brasil, né?”, emendou.

Uma outra bolsonarista comentou com o chefe do Executivo sobre o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, que foi diagnosticado com covid-19.“Esses governadores de esquerda estão liberando a cloroquina agora”, ironizou o presidente.

O chefe do Executivo seguiu rumo ao Palácio do Planalto sem conceder entrevistas à imprensa pelo segundo dia consecutivo. Ele se reúne nesta terça-feira (19) com o ministro interino da pasta da Saúde, Eduardo Pazuello, para discutir sobre o novo protocolo de cloroquina em casos leves de coronavírus.

Saiba Mais

Teich pediu demissão após Bolsonaro colocá-lo contra a parede, exigindo que o Ministério da Saúde elaborasse um novo protocolo permitindo que a cloroquina fosse utilizada no tratamento a pacientes diagnosticados com covid-19 assim que eles demonstrarem os primeiros sintomas da doença. Bolsonaro esperava que Teich se manifestasse a favor. No entanto, o presidente foi surpreendido com o pedido de demissão. Teich, assim como Mandetta, defendem que o medicamento não tem eficiência comprovada e causa profundos danos colaterais.

Bolsonaro, por sua vez, insiste no uso da medicação desde o surgimento dos primeiros sintomas e tem feito de tudo o que está ao seu alcance para mudar as regras de isolamento.

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