Correio Braziliense
postado em 19/05/2020 21:33
Diante das acusações feitas pelo empresário Paulo Marinho de que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) soube com antecedência que a Polícia Federal iria deflagrar uma operação contra ele em 2018, o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do filho e cobrou que o empresário apresente as provas.
"Ele vai ter que provar, não vou entrar em detalhe, quem foi o delegado que teria dito para um assessor do meu filho... É sempre assim, né, "ouvi "dizer". Não, não é "ouvi dizer". Quem vai provar? "Ouvi dizer". Não é assim, não. Você está mexendo com a honra das pessoas", reclamou Bolsonaro, durante entrevista ao jornalista Magno Martins nesta terça-feira (19/5).
A operação em questão, batizada de Furna da Onça, mirou Fabrício Queiroz, acusado de integrar um esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) quando ele era assessor de Flávio no período em que o filho de Bolsonaro exerceu mandato de deputado estadual.
Ao jornal Folha de S. Paulo, Paulo Marinho, que foi coordenador da campanha presidencial de Bolsonaro e hoje é suplente de Flávio no Senado, revelou que o senador foi alertado por um delegado da PF, entre o primeiro e o segundo turnos da eleição de 2018, que a operação a ser deflagrada tinha informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentações financeiras de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz.
Dessa forma, para não comprometer a corrida à Presidência de Bolsonaro, a operação teria sido propositalmente postergada, garante Paulo Marinho. A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), Marinho será ouvido pela Polícia Federal para aprofundar as acusações. "A Polícia Federal vai investigar, o MP vai investigar, ver até onde o empresário tem razão ou não para tomar as providências", comentou Bolsonaro, na entrevista.
Saiba Mais
"O que eu vi no (jornal) Globo no dia seguinte, o desembargador falou que a operação em 2018, eu era apenas um deputado federal, candidato à Presidência, foi uma decisão da Polícia Federal, eu não era nada, era um deputado apenas, o Michel Temer era o presidente, decisão da Polícia Federal, do Ministério Público e do Tribunal Regional, adiar porque naquele espaço de tempo, entre eleições, você não podia prender ninguém. Isso está sendo apurado, mas não é isso, porque o próprio jornal Globo fez uma nota nesse sentido, que o adiamento não foi em função disso", destacou Bolsonaro.
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