Politica

Paulo Marinho presta depoimento ao MPF sobre vazamentos na PF

À PF, Marinho levou papéis que podem ser considerados provas de que as acusações que fez contra Flávio são verdadeiras

Correio Braziliense
postado em 21/05/2020 11:55

Paulo MarinhoO empresário Paulo Marinho, ex-coordenador da campanha do presidente Jair Bolsonaro presta depoimento ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro na tarde desta quinta-feira (21). Ele foi até o local dar mais detalhes sobre eventual vazamento da Operação Furna da Onça, que teria beneficiado o senador Flávio Bolsonaro.

 

Na quarta-feira (20), Marinho foi ouvido na PF, e de acordo com ele, foi chamado ao MPF para dar mais esclarecimentos. O órgão reabriu um procedimento investigatório que já estava arquivado e tinha sido encerrado após a própria PF apontar ausência de fundamentos para embasar um processo sobre vazamentos na corporação.

 

A ação contra Fabrício Queiro, ex-assessor do senador, também teria sido atrasada para não prejudicar a campanha do presidente, em 2018. O empresário ainda vai depor no âmbito de um inquérito que apura as declarações do ex-ministro Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro teria tentado interferir na PF. No entanto, a data da oitiva ainda não foi definida. 

 

Ao chegar no MPF, Marinho declarou que foi complementar o depoimento anterior. Mas declarou que não poderia dar mais detalhes para não atrapalhar as investigações. "Vim aqui a convite do MPF para completar o meu depoimento de ontem da PF. Farei, com todo o prazer, e, após o meu depoimento, eu converso com vocês (da imprensa). Eu disse ontem, e vou repetir agora, que eu estou proibido, por conta de recomendação da PF, de fazer qualquer declaração com relação ao depoimento de ontem porque eles acham que isso pode atrapalhar as investigações. Como eu sou o maior interessado que essas investigações aconteçam da melhor maneira possível, eu estou aqui respeitando as recomendações, sobretudo porque é do meu interesse", disse.

 

No Twitter, ele afirmou que o conteúdo do que apresentou dialoga com o que o ex-ministro Sergio Moro disse ao sair do governo de Jair Bolsonaro.

 

"Sobre o meu depoimento na PF: por mais de cinco horas, trouxe detalhados elementos que vão auxiliar a investigação, indo ao encontro do que o Sérgio Moro trouxe à tona. Por ordem da autoridade policial, não posso revelar o teor do meu testemunho", publicou o empresário, que foi um dos principais aliados de Bolsonaro na campanha de 2018.

 

 

 

Vazamento

 

Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada no último domingo, Marinho afirmou que um delegado teria se encontrado na porta da superintendência da PF - a mesma em que foi depor hoje - com interlocutores do então deputado estadual e hoje senador para informar que a operação Furna da Onça seria atrasada, a fim de não prejudicar a família Bolsonaro em meio ao período eleitoral de 2018.

 

A operação foi às ruas em 8 de novembro e cumpriu 19 mandados de prisão temporária, três de prisão preventiva e 47 de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) e tendo como foco deputados da Assembleia Legislativa do Rio.

 

Flávio não era alvo, mas relatórios de inteligência financeira produzidos pelo antigo Coaf já apontavam desde janeiro daquele ano movimentações suspeitas nas contas de Fabrício Queiroz, seu suposto operador financeiro no esquema de "rachadinha".

 

Os relatórios tinham como escopo deputados e assessores da Alerj, e o caso específico de Flávio foi revelado pelo Estadão no início de dezembro, quando o procedimento investigativo já havia sido aberto pelo Ministério Público do Rio.

 

Segundo Marinho, os advogados Miguel Braga Grillo e Victor Granado Alves, que têm longo histórico de relação com a família Bolsonaro em gabinetes e processos judiciais, compareceram à sede da PF junto com outra interlocutora, Val Meliga, para ouvir o que o delegado tinha a dizer.

 

* Com informações da Agência Estado 

 

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