Correio Braziliense
postado em 21/05/2020 16:33
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou os pedidos — feitos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em manifestações — de uso das Forças Armadas para o fechamento da Suprema Corte. Mendes também disse crer que as instituições "estão fortes e têm dado as devidas respostas" e rechaçou a possibilidade de um novo golpe militar. As declarações foram dadas nesta quinta-feira (21/5), em entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul.
“Eu tenho a impressão que as instituições estão fortes e têm dado as devidas respostas. Eu já disse que é um acinte, uma ofensa usar as Forças Armadas para fechar o Supremo Tribunal Federal. É como se essas forças políticas, eleitorais e partidárias tivessem as Forças Armadas como milícias suas. As Forças Armadas são instituições da nação para defesa da Pátria e dos poderes constitucionais”, pontuou Mendes, que ainda defendeu o combate às milícias: "Milícia é outra coisa. É organização criminosa, e que precisa ser combatida".
Para o ministro, a escalada do autoritarismo no país decorre da Lava-Jato e a própria eleição do presidente é fruto da operação. "Bolsonaro é um produto da Lava-Jato e a operação é pai ou mãe desse autoritarismo que se vive no país", opinou.
Saiba Mais
Por fim, o ministro se posicionou sobre a postura do governo Bolsonaro em relação à pandemia do novo coronavírus dizendo ser "grosseiro não seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde" e avaliou que o país vive o pior momento da história recente. "Sem dúvidas, o período final do governo Dilma foi um período bastante tumultuado. Mas nada parecido com o que estamos vivendo. É um coquetel de crises: temos a crise da Covid-19 e a crise política. Está tudo tumultuado."
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