"Vamos respeitar as minorias, mas quem decide é a maioria", diz Bolsonaro

Durante videoconferência com padres e deputados da Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana, presidente diz que "não se pode inverter tudo no Brasil" e que "quem tem que fazer valer a sua vontade é a maioria"

Correio Braziliense

postado em 21/05/2020 17:06

O presidente Jair Bolsonaro participou de uma videoconferência na tarde desta quinta-feira (21/5) com algumas lideranças católicas do país e deputados da Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana e prometeu defender uma pauta mais conservadora durante a sua gestão, tendo dito que o governo federal vai trabalhar de forma a “fazer valer a vontade da maioria” da população. Segundo ele, é necessário “respeitar as minorias”, mas não é possível “inverter tudo no Brasil”.

Durante a conversa, o mandatário ressaltou bandeiras que o levaram a vencer as eleições de 2018, e disse que “a família é a base da sociedade e a religião é um freio”. “Nós respeitamos a todos. Cada um tem a sua religião, mas a grande maioria, hoje, são católicos e evangélicos, que são basicamente quem lideram esse mandato”, observou Bolsonaro.

Ele lembrou que chegou à Presidência “defendendo valores familiares que estavam, há até pouco tempo, em franca decadência, tendo em vista o aparelhamento das instituições”. “Tudo bem, vamos respeitar as minorias. Mas quem tem que fazer valer a sua vontade é a maioria. Se não, a gente tem que inverter tudo aqui no Brasil. A minoria participa, mas quem decide é a maioria. E temos que tocar a nossa vida por aí”, destacou o presidente.

Ao abordar o tema, Bolsonaro lembrou da Secretaria Especial da Cultura. Ele comentou que quer “botar a Secretaria para trabalhar tendo em vista a maioria daquilo que a população brasileira não quer”. “E ninguém aqui vai censurar minoria, mas com verbas públicas isso não vai acontecer em nosso governo”, enfatizou.

No momento, a Secretaria está em meio a várias mudanças. A principal delas é a saída de Regina Duarte, anunciada na quarta-feira (20/5) pelo presidente. A exoneração dela ainda não foi publicada, mas o chefe do Palácio do Planalto afirmou que “temos uma outra pessoa entrando (no governo federal)”. O principal cotado é o ator Mario Frias, que se reuniu com Bolsonaro nos últimos dias.