Politica

Brasília-DF

Correio Braziliense
postado em 22/05/2020 04:03




Estações separadas

A forma como o presidente Jair Bolsonaro tratou os governadores e parlamentares é vista como a senha de acesso para distensionar o ambiente político, a fim de levar o governo a aprovar os projetos de seu interesse no plenário da Câmara –– inclusive a manutenção do veto a reajustes salariais. Chega ao ponto de não ser nem colocado no rol de testes da nova base.

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Só tem um probleminha: a distensão não inclui no pacote vida fácil para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), caso as investigações apontem para alguma irregularidade ou influência na Polícia Federal, conforme denúncia do empresário Paulo Marinho –– que ao longo da campanha conviveu diariamente com a família Bolsonaro. Nos dois depoimentos que prestou, ele disse ter entregado provas de que houve essa interferência. O caso agora está nas mãos da PF e do Ministério Público.


Déjà-vu


As declarações de Marinho, de suspeita de devassa nas suas contas, lembrou a muitos políticos o movimento de Antonio Palocci no governo Lula. O então ministro da Fazenda foi demitido porque um caseiro teve a conta bancária invadida para verificar se havia sido pago para prestar informações sobre a presença de Palocci numa casa suspeita no Lago Sul.

O estrago será político


Quem viu, garante: principal estrago do vídeo de 22 de abril será demonstrar que as reuniões palacianas podem ser comparadas à conversa de boteco ou um futebolzinho de várzea, com raríssimos talentos isolados. Aqueles que imaginam ser esses encontros recheados de exposições bem fundamentadas tecnicamente e argumentos elegantes vão quebrar a cara. São raros os comentários nessa linha.

Difícil I

Bolsonaro evita a imprensa, mas não deixa de dar o recado aos apoiadores. Ontem, informou que o comércio do Rio de Janeiro reabrirá em breve. Só tem um probleminha: o número de casos no estado continua em alta. No país, o recorde de mortes nesta semana indica um momento difícil para a sonhada reabertura geral.

Difícil II


A depender dos pais de alunos, aulas mesmo só em agosto. É que, quanto mais pessoas doentes, mais cresce o número daqueles que temem ter um quadro grave da doença, apesar dos números apontarem 40% de recuperação para os casos de infecção. O índice coloca a população numa loteria às avessas. Ninguém quer levar os filhos de volta sob risco de infecção, mesmo aqueles que não têm qualquer comorbidade. Afinal, há episódios de pessoas que não tinham histórico de risco e terminaram internadas.



Desavisado/
A reunião de 22 de abril foi a estreia do então ministro da Saúde, Nelson Teich (foto), no colegiado. Quando o ministro da Casa Civil, Braga Neto, lhe passa a palavra, Teich se limita a dizer que era uma satisfação estar ali e que nunca havia participado de uma reunião ministerial.

Gato por lebre/ Amigos de Teich garantem que o hoje ex-ministro saiu de lá meio chocado com a falta de compostura de parte da equipe de Bolsonaro, e assustado com o comportamento presidencial.

O corpo fala/ A expressão do então ministro Sergio Moro era de “cara amarrada” e braços cruzados boa parte do tempo.

Vai insistir/ A reunião de hoje de Bolsonaro com o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, é para saber do resultado das pressões para volta à normalidade. Ninguém sabe ao certo quando será.



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