Politica

Botava esses vagabundos na cadeia, começando pelo STF, disse Weintraub

Em reunião no Planalto, ministro da Educação lança ofensas contra magistrados, comunidades tradicionais e a Brasília

Correio Braziliense
postado em 22/05/2020 17:26
Reunião ministerialO ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou, na reunião do dia 22 de abril, no Palácio do Planalto, que "tem que acabar com privilégios". Ele também desferiu ofensas contra Brasília e disse que "odeia a expressão povos indígenas e povos ciganos". As imagens foram liberadas pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (22/5).

Além das ofensas ao Supremo, o ministro da Educação, em um dos trechos, faz críticas a Brasília. "Não quero ser escravo nesse país. E acabar com Brasília que é um cancro. Estamos perdendo a luta pela liberdade. O povo está gritando por liberdade. Eu por mim botava todos esses vagabundos na cadeia, a começar pelo STF", disse.
 

Saiba Mais

Em seguida, Weintraub reclama de comunidades tradicionais. "Odeio o termo povos indígenas, povos ciganos. Só tem um povo nesse país. Só tem um povo, que é o brasileiro", declarou o presidente. "Não tem que ter privilégio. A gente veio aqui pra acabar com tudo isso", completou.

O vídeo foi gravado por uma equipe que estava presente na reunião, e enviada ao Supremo por determinação de Celso de Mello, Alguns trechos, de acordo com a decisão do magistrado, foram suprimidos. 

Confira trechos da reunião ministerial, segundo a degravação realizada pela Polícia Federal


Weintraub: "Tem três anos que, através do Onyx, eu conheci o presidente. Nesses três anos eu não pedi uma única conselho, não tentei promover minha carreira. Me ferrei, na física. Ameaça de morte na universidade. E o que me fez, naquele momento, embarcar junto era a luta pela ... pela liberdade. Eu não quero ser escravo nesse país. E acabar com essa porcaria que é Brasília. Isso daqui é um cancro de corrupção, de privilégio. Eu tinha uma visão extremamente negativa de Brasília. Brasília é muito pior do que eu podia imaginar. As pessoas aqui perdem a percepção, a empatia, a relação com o povo. Se sentem inexpugnáveis. Eu tive o privilégio de ver a ... a mais da metade aqui desse time chegar. Eu fui secretário-executivo do ministro Onyx. Eu acho que a gente tá perdendo um pouco desse espírito. A gente tá perdendo a luta pela liberdade. É isso que o povo tá gritando. Não tá gritando pra ter mais Estado, pra ter mais projetos, pra ter mais . . . o povo tá gritando por liberdade, ponto. Eu acho que é isso que a gente tá perdendo, tá perdendo mesmo. A ge ... o povo tá querendo ver o que me trouxe até aqui."

Weintraub: "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF. E é isso que me choca. Era só isso presidente, eu ... eu ...realmente acho que toda essa discussão de "vamos fazer isso", "vamos fazer aquilo", ouvi muitos ministros que vi ... chegaram, foram embora. Eu percebo que tem muita
gente com agenda própria. Eu percebo que tem, assim, tem o jogo que é jogado aqui, mas eu não vim pra jogar o jogo. Eu vim aqui pra lutar. E eu luto e me ferro. Eu tô com um monte de processo aqui no comitê de ética da presidência. Eu sou o único que levou processo aqui. Isso é um absurdo o que tá acontecendo aqui no Brasil. A gente tá conversando com quem a gente tinha que lutar. A gente não tá sendo duro o bastante contra os privilégios, com o tamanho do Estado e é o ... eu realmente tô aqui aberto, como cês sabem disso, levo tiro ... odeia ... odeio o partido comunista."

Weintraub: "Ele tá querendo transformar a gente numa colônia. Esse país não é ... odeio o termo "povos indígenas", odeio esse termo. Odeio. O "povo cigano". Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não quer, sai de ré. É povo brasileiro, só tem um povo. Pode ser preto, pode ser branco, pode ser japonês, pode ser descendente de índio, mas tem que ser brasileiro, pô! Acabar com esse negócio de povos e privilégios. Só pode ter um povo, não pode ter ministro que acha que é melhor do que o povo. Do que o cidadão. Isso é um absurdo, a gente chegou até aqui. O senhor levou uma facada na barriga. Fez mais do que eu, levou uma facada. Mas eu também tô levando bordoada e tô correndo risco. E fico escutando esse monte de gente defendendo privilégio, teta. Tendeu? É isso. Negócio. Empréstimos. A gente veio aqui pra acabar
com tudo isso, não pra manter essa estrutura. E esse é o meu sentimento extremamente chateado que eu tô vendo essa oportunidade se perder."

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags