Politica

Vídeo da reunião ministerial reforça tese de impeachment, diz oposição

As bancadas dos partidos de oposição na Câmara publicaram nota de repúdio às declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro na reunião de 22 de abril

Correio Braziliense
postado em 22/05/2020 20:46
As bancadas dos partidos de oposição na Câmara publicaram nota de repúdio às declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro na reunião de 22 de abrilAs bancadas dos partidos de oposição na Câmara publicaram nota de repúdio às declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro e por ministros na reunião ocorrida em 22 de abril, no Palácio do Planalto. O conteúdo do vídeo do encontro, liberado nesta sexta-feira (22/5) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), "acelera a crise institucional" vivida no país, afirmam os parlamentares, que reforçam a abertura do processo de impeachment do presidente.

A reunião "revela nitidamente como Bolsonaro e  seus ministros desprezam as instituições e o povo brasileiro", concordam os líderes do PT, do PCdoB, do PSol, do PSB, do PDT e da Rede na Câmara. "O processo de impeachment de Bolsonaro deve ser aberto o mais rápido possível, para a retirada de um presidente incapaz, irresponsável e danoso ao país", diz a nota.

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Os deputados também afirmam que a conversa no Planalto mostra "tentativa de formação de milícias em defesa de um projeto antinacional e antidemocrático". "Não aceitaremos nenhuma tentativa de quebra da ordem institucional", avisaram os parlamentares. Segundo eles, o Congresso "está a postos para fazer cumprir seu papel".

O grupo de deputados ressaltou ainda "o baixo nível dos integrantes do atual governo", que agem, na visão deles, "como bárbaros". "Jogam a República no caos, desrespeitam as leis, as instituições e ignoram a Constituição", diz o documento. Para a oposição, "o vídeo desfaz qualquer legitimidade do atual governo no comando dos destinos da Nação".

Ataque ao STF

No documento, eles também classificam como "ataque inaceitável" ao STF a nota divulgada mais cedo, também nesta sexta, pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, na qual menciona "consequências imprevisíveis" se celular de Bolsonaro for apreendido.

"O presidente da República e o general Heleno não percebem que nenhuma autoridade está acima da Constituição e das leis. As manifestações do general, contrárias aos preceitos democráticos, não são novidade e se colocam em sintonia com a postura do presidente da República, que há tempos demonstra seu pouco apreço pela democracia", diz a nota.

O documento foi assinado pelos deputados José Guimarães (PT-CE), líder da Minoria; André Figueiredo (PDT-CE), líder da Oposição; Alessandro Molon (RJ), líder do PSB; Enio Verri (PR), líder do PT; Perpetua Almeida (AC), líder do PCdoB; Wolney Queiroz (PE), líder do PDT; Fernanda Melchionna (RS), líder do PSol; e Joenia Wapichana (RR), líder da Rede. 

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