Politica

Ofensas a Brasília e ao STF

Correio Braziliense
postado em 23/05/2020 04:03
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendeu ser preciso “acabar com essa porcaria que é Brasília”, ao participar da reunião ministerial de 22 de abril, cujo vídeo foi divulgado, ontem, pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Weintraub também chamou a capital federal de “cancro de corrupção e privilégio”.

“Tem três anos que, através (sic) do Onyx (Lorenzoni, ministro da Cidadania), eu conheci o presidente. Nesses três anos, eu não pedi um único conselho, não tentei promover minha carreira. Eu me ferrei, na física, ameaça de morte na universidade, e o que me fez, naquele momento, embarcar junto era a luta pela liberdade. Eu não quero ser escravo neste país. E acabar com essa porcaria que é Brasília. Isso daqui é um cancro de corrupção, de privilégio”, disparou o ministro.

Weintraub disse ter uma “visão extremamente negativa” da capital federal. “Brasília é muito pior do que eu podia imaginar. As pessoas aqui perdem a percepção, a empatia, a relação com o povo, se sentem inexpugnáveis”, continuou ele, emendando também ofensas ao Supremo Tribunal Federal (STF). “A gente está perdendo a luta pela liberdade. É isso que o povo está gritando. Não está gritando para ter mais Estado, para ter mais projetos, o povo está gritando por liberdade. Ponto. Eu acho que é isso que a gente está perdendo, mesmo. O povo está querendo ver o que me trouxe até aqui. Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF.”

Celso de Mello viu possível crime de injúria nas declarações de Weintraub contra o STF. Na decisão em que retirou o sigilo da gravação da reunião, o decano determinou que todos os ministros do Supremo sejam oficiados para que, caso queiram, adotem as medidas cabíveis. Segundo ele, a fala de Weintraub “põe em evidência, além do seu destacado grau de incivilidade e de inaceitável grosseria, que tal afirmação configuraria possível delito contra a honra (como o crime de injúria)”.

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