Correio Braziliense
postado em 24/05/2020 07:20
Ao ser questionado se as manifestações recentes que pedem o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) e a volta do AI-5 colocam a democracia brasileira em risco, o ministro da Corte máxima do país Luís Roberto Barroso disse considerar que há "um certo exagero" por parte de quem vê nesses atos uma grande ameaça."Eu acho que talvez haja um certo exagero nesse risco. Eu presto atenção nas manifestações e, no geral, é uma minoria muito pequena, pouco significativa. São manifestações às vezes de extrema direita em algum grau de irracionalidade, mas acho que, numa democracia, se é uma manifestação sem violência, de pessoas privadas, eu acho que é legítima, lustra a Constituição e acho que elas são relativamente desimportantes", disse Barroso em entrevista ao Correio e à TV Brasília.
O ministro, entretanto, ponderou, sem citar nomes, que as mesmas manifestações se tornam graves quando partem de algum agente público. "Elas se tornam graves, ou se tornariam graves, na medida em que viessem a ser endossadas por agentes públicos. Particulares podem apoiar o fechamento do Congresso e do Supremo — que eu lamento, acho que é um equívoco e felizmente são alguns gatos pingados —, mas, evidentemente, quem jurou respeitar a Constituição não pode fazer isso. Portanto agentes públicos não podem defender golpe de Estado nem fechamento de outros poderes. Na medida em que houvesse a adesão de agentes públicos, eu consideraria gravíssimo", afirmou (assista abaixo).
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