Relatório da DL Rosenfield indica que o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril foi interpretado nas redes sociais como uma "grande vitória" para bolsonaristas. Com dados coletados entre sexta-feira, dia da divulgação da gravação, e sábado, foi notado "entusiasmo" e grande engajamento entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o levantamento, entre os opositores também predomina a avaliação de que o vídeo favorece Bolsonaro. Para eles, no entanto, a gravação divulgada comprova as denúncias e mostra, com os palavrões e arroubos, a "inaptidão" do presidente em comandar o país.
O documento ainda menciona "idolatria em níveis preocupantes" entre apoiadores e que essa parcela adota uma "postura defensiva intransigente" de militância. Análise da consultoria Bites complementa o relatório da DL Rosenfield. Segundo a consultoria, o tom das redes foi "extremamente positivo" para o presidente.
André Eler, gerente da Bites, avaliou que "a militância bolsonarista nunca esteve com um discurso tão alinhado e tão pronto desde o início da crise da pandemia" do coronavírus.
Saída de Sergio Moro
Só em duas outras ocasiões nesse período, segundo Eler, Bolsonaro gerou tanto interesse nas redes sociais quanto sexta-feira: em 25 de março, na repercussão de um pronunciamento em rede nacional na noite anterior, e em 24 de abril, o dia da saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça.
Entre os deputados federais, a dinâmica da polarização se manteve. Segundo a Bites, nas quatro horas após a divulgação do vídeo, parlamentares publicaram 752 posts em seus perfis oficiais nas redes sociais. Três partidos de oposição (PT, PSOL e PCdoB) foram responsáveis por 54% dos posts nesse período, enquanto o PSL ficou com 17% do volume.
Saiba Mais
Malini observou que, pelas interações no Twitter, já há unificação de uma frente anti-Bolsonaro. Perfis identificados como "lavajatistas" e de esquerda interagem entre si para criticar o governo. "Se os caciques dos partidos batem cabeça na tal frente ampla, isso é problema deles. Por aqui, já unificou", escreveu Malini ao publicar sua análise.
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