Politica

GSI diz ter tomado ''medidas suficientes'' para dar segurança a jornalistas

Apoiadores de Bolsonado agridem verbalmente a imprensa com frequência

Correio Braziliense
postado em 26/05/2020 13:48
Apoiadores de Bolsonado agridem verbalmente a imprensa com frequênciaO Gabinete de Segurança Institucional (GSI) divulgou uma nota nesta terça-feira (26/5), um dia após jornalistas que cobrem o local terem sofrido fortes agressões verbais por parte de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada e em frente ao Ministério da Defesa. Segundo o GSI, algumas práticas já foram adotadas para garantia de segurança adequada da imprensa, como a separação por meio de grades e inspeção dos frequentadores do local.

Entre as medidas, o gabinete aponta "separação física, por meio de gradis, das áreas destinadas ao público em geral (visitantes) e aos repórteres, registro e inspeção de todos os presentes, inclusive com passagem por detector de metal, orientação quanto à utilização de EPI e manutenção de distanciamento adequado à situação do covid-19, alocação de efetivo de agentes de segurança condizente com o público presente."

O GSI disse entender e respeitar os princípios de liberdade de expressão garantidos pela legislação vigente e afirma ter criado as melhores condições possíveis para o trabalho dos profissionais de imprensa e, também, um espaço reservado aos apoiadores do Presidente. 

“Continuaremos aperfeiçoando esse dispositivo para que o local permaneça em condições de atender às expectativas de trabalho e de livre manifestação dos públicos distintos que, diariamente, comparecem ao Palácio da Alvorada”, diz um trecho do documento.


Ataques

As constantes agressões de apoiadores de Bolsonaro, estimuladas pelo próprio presidente com os habituais destemperos contra a imprensa, levou o Grupo Globo e o Grupo Folha a retirarem seus repórteres da cobertura da entrada do Palácio da Alvorada. Separados apenas por uma grande da claque que se aglomera em busca de atenção do presidente, os jornalistas têm sido alvos de xingamentos, ironias e ameaças. Mas, nesta última segunda-feira, a hostilidade passou do tom, pois foi mais agressiva que o habitual — o que levou os dois grupos a tomarem a decisão de proteger os profissionais.

Nesta segunda-feira (25/5), a ação dos populares ocorreu pouco depois de Bolsonaro deixar o local, após ficar quase 16 minutos conversando com os simpatizantes e ter dito que não falaria com a imprensa. "No dia que vocês tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês de novo", disse o presidente, recebendo imediato apoio de alguns simpatizantes.

Na hora das agressões verbais, os manifestantes se uniram em coro para chamar a imprensa de "lixo", enquanto outros gritavam e batiam no peito. "Fechada com Bolsonaro", "imprensa golpista" e "Bolsonaro até 2050" foram algumas das frases ditas. Houve também quem chamasse os profissionais de "comunistas", "safados", "sem vergonha", "escória", e "ratos

O Correio há pelo menos 45 dias não faz mais a cobertura presencial de Jair Bolsonaro, no portão do Palácio da Alvorada. A decisão foi tomada não apenas porque o jornal percebera que os apoiadores do presidente estavam cada vez mais exaltados. A retirada da equipe de cobertura deu-se também por motivos de saúde pública, pois a recomendação das autoridades é para que se evitem aglomerações e o contato próximo com pessoas sem a máscara de proteção.

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