Correio Braziliense
postado em 27/05/2020 04:04
Promotores e juízes do Distrito Federal continuam a receber e-mails com ameaças. No último sábado, a mensagem eletrônica partiu por um grupo autodenominado Comando Invisível, que afirmou ter armamento militar para realizar um massacre em delegacias e fóruns. A Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) investiga o crime e tenta identificar se há relação entre os suspeitos e dois homens que foram presos na quinta-feira passada, como possíveis autores de ataques virtuais. Os detidos lotaram a caixa eletrônica dos servidores com ameaças, conforme divulgado pelo Blog do Vicente.
O grupo Comando Invisível enviou o texto para o endereço eletrônico de 10 varas e juizados, usando um servidor russo. A suspeita é de que os acusados possam ter utilizado o serviço do país para dificultar o rastreamento da origem do e-mail.
O e-mail encaminhado aos promotores e juízes começa com as ameaças. “Papo reto a todos os parasitas estatais, juízes, promotores e outros vagabundos. Nós somos o Comando Invisível e vamos fazer um massacre histórico em delegacias e fóruns, com nossos conhecimentos em química e acesso a armamento de guerra militar. Podemos fazer algo esplêndido. O povo brasileiro não aguenta mais os abusos dos semideuses juizecos, que ganham igual a deputados federais com todas as regalias estatais. Todos vocês vão ver a fúria do povo nas ruas, cada esquina terá milícias paramilitares”, escreveu.
O delegado Giancarlos Zuliani, chefe da DRCC, afirmou que “a especializada tomou conhecimento desse e-mail e já iniciamos a investigação. Nesse momento, não podemos dar mais informações para não atrapalhar o trabalho.” Por nota oficial, o Ministério Público esclareceu que está colaborando com a Polícia Civil do DF. “As ameaças estão sendo investigadas pelo Núcleo de Combate a Crimes Cibernéticos do MPDFT em conjunto com a Polícia Civil”, informou.
Justiça federal
Na semana passada, juízes do Distrito Federal tiveram a caixa eletrônica invadida por e-mails com ameaças de morte. O Blog do Vicente deu a informação em primeira mão, na quarta-feira passada, e informou que o ministro da Casa Civil, general Braga Netto, solicitou “rigorosa apuração da autoria e a responsabilização” pelo crime. Um dia depois, agentes da DRCC prenderam em flagrante Célio Evangelista Ferreira do Nascimento e Rodrigo Luis Ferreira.
Os suspeitos acabaram detidos no escritório do grupo, no Lake Side Apart Hotel, localizado no Setor Hoteleiro Norte. Policiais apreenderam material de conteúdo antidemocrático e violento, além de HD, telefones celulares e um pen drive com a anotação “matar juízes, matar todos”
Na sexta-feira, o Tribunal do Distrito Federal do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) decidiu encaminhar o processo para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A juíza Lorena Alves Ocampos deliberou que o delito imputado a Célio e Rodrigo é de competência da Justiça federal. Eles respondem no âmbito dos crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social. A Lei prevê delitos que lesam ou expõem perigo a integridade territorial e a soberania nacional, o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito, além dos chefes dos Poderes da União. A pena varia de 3 a 15 anos de reclusão.
O processo contra a dupla foi analisado pela juíza federal Diana Maria Wanderlei da Silva, ainda na sexta-feira. A magistrada manteve Célio e Rodrigo presos preventivamente, pois acredita haver “indícios de que o intento era ir além, inclusive, com possibilidade de realizar outros delitos, que afetassem de forma mais gravosa bem jurídicos tutelados.”
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