Politica

Major Olímpio diz que Bolsonaro tenta ''proteger filho bandido''

O senador afirmou que o presidente rompeu com ele ''de forma pessoal'' e que sairá da política ao fim do mandato

Correio Braziliense
postado em 27/05/2020 10:34

Major OlímpioEleito em 2018 com mais de 9 milhões de votos, o senador Major Olimpio (SP), líder do PSL no Senado, afirmou, nessa terça-feira (26/5), que está sendo pressionados por colegas da Polícia Militar a ter "lealdade cega" ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e que, por isso, decidiu abandonar uma eventual candidatura ao governo de São Paulo e a política após o término de seu mandato, em 2026. O senador afirmou que Bolsonaro rompeu com ele "de forma pessoal" para "proteger filho bandido".

 

"Todo mundo sabe que meu sonho era disputar o governo em 2022, mas estou fora", disse Olimpio ao Estadão. "Não quero mais me candidatar. Estou enojado com essa situação. Policiais militares estão me cobrando lealdade cega ao presidente. Me chamaram de traíra. Não sou traíra. Quem está desviando conduta é o presidente."

 

A indignação do senador, que foi eleito na esteira do bolsonarismo, se difundiu entre policiais após Olimpio responder o áudio de um colega que o procurou. "Era um conversa privada, mas ele resolveu dar publicidade", disse o parlamentar. Olimpio preferiu não revelar o nome do colega, que na gravação é chamado de Azevedo. O senador ingressou na Polícia Militar há 42 anos e entrou na política tendo como base a categoria.

 

O motivo do rompimento com Bolsonaro, diz Olimpio, foi o fato de ele ter sido um dos senadores que assinaram o requerimento para a criação da CPI da Lava-Toga. "Quem se desviou foi o presidente (Bolsonaro), que não quis que eu assinasse a CPI da Lava-Toga para proteger filho bandido. Eu não tenho bandido de estimação. Isso de palavrão em reunião (ministerial) é besteira", disse Major Olímpio na gravação.

 

Na época, Flávio Bolsonaro, que hoje está no Republicanos, foi o único dos quatro senadores do PSL que não assinaram a petição pela abertura da comissão. A CPI era defendida principalmente por parlamentares classificados como "lavajatistas". 

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