O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), considerou “grave” a fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, que voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) ontem. O parlamentar, que já tem histórico de ofensas à Corte, disse que uma ruptura institucional “não é mais uma opinião de se, mas de quando”.
Para o presidente da Câmara, a fala “é muito ruim, é muito grave”. “Frases como essa apenas criam um ambiente de maior radicalismo entre as instituições, e isso é ruim”, afirmou. Ele assegurou que o Supremo “vai continuar tendo o apoio do Legislativo para tomar suas decisões de forma independente”.
“Se algum partido entender que há um crime na frase dele, pode representar no Conselho de Ética”, orientou Maia. O Conselho não tem trabalhado durante a pandemia, mas pode ser acionado. O deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ) anunciou, ontem, em sessão virtual do plenário, que o partido apresentará representação contra o deputado.
Parlamentares de várias legendas também rechaçaram as falas do presidente e dos filhos, classificadas como golpistas. O líder da maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que, se o momento não impedisse encontros presenciais, “nós pararíamos esta Casa hoje para fazer uma ampla defesa da democracia”.
Histórico
Deputados também lembraram que, desde a campanha eleitoral em 2018, Eduardo dizia que, para fechar o STF, bastariam “um cabo e um soldado”. “Ele está afirmando isso de novo, que só não sabe quando, mas que vai haver fechamento, golpe de Estado”, disse Ivan Valente (Psol-SP), que cobrou posicionamento mais enfático de Maia. “Tem que dizer que isso não é tolerável, é ditadura”.
“Não ficaremos inertes a qualquer ataque ao Poder Judiciário”, disse Alessandro Molon (PSB-RJ), líder do partido na Câmara. “Sabemos que hoje é contra o Judiciário e, amanhã, será contra o Legislativo. O que está em jogo é a nossa democracia, e nós vamos defendê-la”, garantiu.
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