Politica

Manifesto de juristas pede 'Basta!' à agressão a Poderes da República

Os assinantes afirmam ainda que o Brasil 'é jogado ao precipício de uma crise política quando já imerso no abismo de uma pandemia'

Correio Braziliense
postado em 30/05/2020 13:39
Palácio do Planalto
Manifesto assinado por mais de 600 juristas, intitulado "Basta!", pede a ação da Justiça contra o que classificam como ataques aos Poderes da República desferidos pelo presidente da Republica, sem citar nominalmente Jair Bolsonaro. Segundo o texto, o presidente "agride de todas as formas os Poderes constitucionais das unidades da Federação, empenhados todos em salvar vidas. Descumpre leis e decisões judiciais diuturnamente porque, afinal, se intitula a própria Constituição".

Os assinantes afirmam ainda que o Brasil "é jogado ao precipício de uma crise política quando já imerso no abismo de uma pandemia que encontra no Brasil seu ambiente mais favorável, mercê de uma ação genocida do presidente da República".

"Todos nós acreditamos que é preciso dar um BASTA a esta noite de terror com que se está pretendendo cobrir este país. Não nos omitiremos. E temos a certeza de que os Poderes da República não se ausentarão", diz o texto.

Entre os que firmaram o manifesto estão Antonio Claudio Mariz de Oliveira, Miguel Reale Júnior, Celso Lafer, Claudio Lembo, Joaquim Falcão, Fábio Konder Comparato, Pierpaolo Bottini, Dalmo de Abreu Dallari, Felipe Santa Cruz e José Gregori.

Na mesma linha, outro manifesto, assinado por personalidades das áreas de cultura, esporte, medicina, educação, política e do mundo corporativo, publicado nos jornais de grande circulação neste sábado (30/5), defende uma "administração pública reverente à Constituição". "Somos a maioria e exigimos que nossos representantes e lideranças políticas exerçam com afinco e dignidade seu papel diante da devastadora crise sanitária, política e econômica que atravessa o país", diz o texto.

O manifesto pede união de partidos, com seus líderes e candidatos, para um projeto comum de país, deixando de lado projetos individuais, para formar uma frente ampla que responda de forma "madura" e "eficaz" aos "crimes e desmandos de qualquer governo".

Assinam o texto, entre outros, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; o ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira; as atrizes Fernanda Montenegro, Malu Mader e Marieta Severo; os atores Antonio Fagundes, Gregorio Duvivier, Wagner Moura e Marco Nanini; os apresentadores Luciano Huck, Serginho Groissman e Marcelo Tas; escritores José Miguel Wisnick, Paulo Coelho e Maria Adelaide Amaral; o médico Drauzio Varella; os ex-jogadores Raí e Walter Casagrande; os deputados Tabata Amaral, Jean Willys, Luiz Erundina e Marcelo Freixo; o filósofo Renato Janine Ribeiro; os cantores Lobão, João Bosco, Chico César, Zélia Duncan e Tony Belloto.

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