Politica

Em balanço sobre coronavírus, Bolsonaro ignora número de mortos

Presidente publicou nas redes sociais números relativos a ações de combate ao vírus no Brasil, mas não falou em óbito ou número de casos

O presidente Jair Bolsonaro publicou uma série de mensagens em seu Twitter na manhã deste domingo (31/5) sobre o novo coronavírus. "Divulgação de ações diárias do governo do Brasil (terceira semana de maio)", escreveu no início. 

Ao longo de 26 pontos, o presidente falou sobre número de recuperados, doação de respiradores pelo governo dos Estados Unidos, leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), contratação de mais profissionais, brasileiros repatriados e outras ações de combate à pandemia do novo coronavírus e de seu impacto no país, mas não falou sobre o número de mortos ou de casos no país.

Ontem, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil chegou a 28.834 pessoas mortas pela covid-19, doença causada pelo coronavírus. O país ultrapassou o número de óbitos da França (28.774), conforme informações compiladas pela Universidade Johns Hopkins (EUA), e se tornou o quarto país com mais mortes pela doença no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, Reino Unido e Itália. 

Em 24 horas, conforme dados do governo federal, foram registrados 956 óbitos por covid-19 no Brasil. O país bateu ainda um novo recorde de número de casos contabilizados em 24 horas: foram 33.274 novos registros. O Brasil, então, chegou ao total de 498.440 casos, e permanece atrás apenas dos EUA, que tem 1,7 milhão registros de pessoas contaminadas. 

"Independentemente dos ataques que o governo do Brasil vem sofrendo diariamente, seguimos trabalhando. Sempre, para mais informações, sigam os Ministérios do Executivo Federal e os demais órgãos que o compõem a estrutura", escreveu Bolsonaro ao final da publicação. Ontem o presidente também não comentou os números divulgados pelo ministério.

No dia 28 de abril, o Brasil ultrapassou a China em número de mortos. O país foi o primeiro com registros do vírus e onde houve 4.645 óbitos confirmados pela Covid-19. Na ocasião, o presidente foi questionado sobre os dados, e respondeu: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre."