Politica

Sara Winter consegue adiar depoimento; outros militantes também vão tentar

Alegando que não tiveram acesso ao inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, sobre fake news, parlamentares bolsonaristas convocados a prestar depoimento na PF disseram que querem saber do que se trata para depois decidir se vão

Correio Braziliense
postado em 03/06/2020 06:00

Sara, à frente do ato do último sábado, próximo ao STF, quando mais uma vez ela desacatou o ministro Alexandre de Moraes e ofendeu a CorteA defesa de Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, conseguiu adiar o depoimento dela à Polícia Federal, no âmbito do inquérito das fake news, que está no Supremo Tribunal Federal. Ela teria de comparecer, hoje, para prestar esclarecimentos, mas os advogados Bertoni Barbosa de Oliveira e Renata Tavares transferiram para que ela possa comparecer até sexta-feira, data limite do mandado de busca e apreensão emitido na semana passada. A militante bolsonarista afirmou, pelas redes sociais, que não iria depor.


Os advogados de Winston Rodrigues Lima também foram à PF pedir remarcação do depoimento, que será amanhã, num movimento semelhante ao de Sara, alegaram não terem obtido acesso aos autos da investigação, apesar de terem ido ao STF duas vezes. “Não tivemos acesso à integralidade dos autos, diferentementemente do que disse o ministro do STF Alexandre de Moraes”, afirmou o advogado Bertoni Barbosa de Oliveira. “É fake news”, provocou o defensor, referindo-se ao post que o magistrado publicou numa rede social,  afirmando que “foi autorizado integral conhecimento dos autos aos investigados no inquérito que apura ‘fake news’, ofensa e ameaças a integrantes do STF, ao estado de direito e à democracia”.

Questionados sobre o fato de Sara ter afirmado que não irá depor, Barbosa afirmou que existe a possibilidade de ela mudar de opinião. “Ela pode ficar em silêncio, é um direito constitucional dela ficar calada e não produzir provas contra si mesma”, explicou.

Sobre as ameaças de Sara ao ministro, Barbosa disse que “ela não publicou nenhuma ameaça que seja motivo de prisão preventiva. Até porque, prisão preventiva não cabe em infrações de menor potencial ofensivo”. Ele disse que o vídeo foi feito por Sara logo depois de “a casa dela ter sido invadida” pela Polícia Federal. A advogada Renata Tavares acrescentou que “ela estava sem roupa e com o filho de quatro anos. A Polícia Federal chegou de uma forma bem ofensiva aos direitos dela, e ela ficou assustada”, defendeu.

“Ela agiu mais na emoção, no calor do momento, por ter passado por esse constrangimento. Porque ela passou por um constrangimento muito grande, de ter que ir ao banheiro e uma policial federal ter que ir atrás dela”, observou.

No dia da busca e apreensão, Sara chamou Moraes de “covarde” e o ameaçou. Em um vídeo, a militante disse que gostaria de “trocar soco” com o ministro e que ele “nunca mais vai ter paz”.
No último sábado, ela e um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que se intitula 300 do Brasil fez um ato em frente ao STF, que lembrou as ações da organização racista americana Ku Klux Klan. “Ela disse que (o protesto) foi baseado no livro Juízes, capítulo sete, versículo 16, da Bíblia”, disse Barbosa, citando o trecho que diz: “Dividiu os trezentos homens em três companhias e pôs nas mãos de todos eles trombetas e jarros vazios, com tochas dentro”. 

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