Correio Braziliense
postado em 03/06/2020 04:12
O ministro da Justiça, André Mendonça, determinou à Polícia Federal que investigue o vazamento de dados pessoais do presidente Jair Bolsonaro na internet. As informações foram expostas por hackers que se identificam como integrantes do grupo Anonymous. Entre os dados tornados públicos pelo grupo estão CPF, RG, endereços, telefones, e-mails e informações das declarações de Imposto de Renda.
O grupo diz que atua “em defesa do povo” e acusa o Bolsonaro de ter “envolvimento com milícia e propagação de fake news”, entre outras ações ilegais. No inquérito, a corporação vai avaliar por qual meio ocorreu o acesso aos dados e quem são os responsáveis. Como envolvem o chefe de Estado, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) também deve atuar no caso.
Além do presidente, três filhos dele, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), e senador Flávo Bolsonaro (sem partido) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e outros parlamentares que apoiam o governo tiveram as informações publicadas em conta do Twitter e sites criados pelo grupo. Também foram alvos os ministros da Educação, Abraham Weintraub; e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves; e o empresário Luciano Hang. “As investigações devem apurar crimes previstos no Código Penal, na Lei de Segurança Nacional e na Lei das Organizações Criminosas”, tuitou Mendonça.
Pelas redes socais, Bolsonaro afirmou que o vazamento é uma tentativa de amedontrá-lo. Entre as informações estavam, ainda, dados de um cartão de crédito. “Em clara medida de intimidação o movimento hacktivista Anonymous Brasil divulgou, em conta do Twitter, dados do presidente da República e familiares. Medidas legais estão em andamento, para que tais crimes não passem impunes”, declarou.
Ao perceber que estavam em atividades contas que expõem as informações sigilosas de autoridades, o Twitter chegou a derrubar alguns perfis, mas outros foram criados em seguida. Internautas utilizaram as informações para filiar os envolvidos ao Partido dos Trabalhadores (PT). Ontem de manhã, era possível ver diversos nomes aguardando resposta da legenda quanto à aprovação. A sigla anunciou que barrou as inscrições. Outros tentaram fazer compras em lojas virtuais, principalmente, de celulares, e Luciano Hang teve os dados usados para pedir o auxílio emergencial de R$ 600 dado pelo governo nesta pandemia.
Saiba mais
Ataques em vários países
O Anonymous surgiu em 2003 e se espalhou por diversos países. Os integrantes pessoas que se voluntariam a invadir sistemas de governos e empresas e expor os responsáveis e figuras públicas. Geralmente, não existe liderança ou organização complexa entre os membros. Em governos anteriores, dirigentes políticos também tiveram dados expostos, como a então presidente Dilma Rousseff e ministros. Dilma teve os dados vazados após participar da Cúpula do Clima, e o hackeamento seria uma reação ao discurso dela, que teria desagradado setores que militam pela proteção do meio ambiente.
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