Correio Braziliense
postado em 04/06/2020 04:03
Os protestos antifascismo e contrários ao governo do presidente Jair Bolsonaro receberam fortes críticas do Planalto. Na terça-feira à noite, o chefe do Executivo chamou os manifestantes de “terroristas e marginais” e, ontem, reafirmou sua declaração: “Quem promove o caos, queima a bandeira nacional e usa da violência como uma forma de ‘protestar’ é terrorista, sim! Manifestante, contra ou a favor do governo, é outra coisa”, tuitou. Já o vice-presidente Hamilton Mourão tachou os integrantes dos movimentos de “delinquentes e baderneiros”.
Os dois repudiaram os episódios de violência e depredação de patrimônios públicos, no domingo, pelo país e afirmaram que as manifestações não são atos em defesa da democracia. Eles também temem que as cenas voltem a acontecer, pois protestos estão agendados para o fim de semana.
“São marginais, no meu entender, terroristas. Têm ameaçado, no domingo, fazer movimentos pelo Brasil, em especial aqui no DF. Não podemos deixar que o Brasil se transforme no que foi há pouco tempo o Chile. Não podemos admitir isso”, refutou Bolsonaro, na noite de terça-feira. “Isso não é democracia nem liberdade de expressão. Isso, no meu entender, é terrorismo.”
Mourão reforçou as palavras do presidente. “Aonde querem chegar? A incendiar as ruas do país, como em 2013? A ensanguentá-las, como aconteceu em outros países? Isso pode servir para muita coisa, jamais para defender a democracia”, argumentou o vice, em artigo publicado, ontem, no jornal O Estado de S. Paulo. “E o país já aprendeu quanto custa esse erro. A legítima defesa da democracia está fundada na prática existencial da tolerância e do diálogo.”
Além disso, ambos sinalizaram com a possibilidade de o governo atuar com mais rigidez no combate a futuros protestos. Bolsonaro, por exemplo, comentou que policiais necessitam de respaldo para poder trabalhar com mais truculência: “Nós precisamos de uma retaguarda jurídica para que nosso policial possa bem trabalhar em se apresentando um crescente este tipo de movimento que não tem nada a ver com democracia”.
Já Mourão destacou que “baderneiros são caso de polícia, não de política”. “Não é admissível que, a título de se contrapor a exageros retóricos impensadamente lançados contra as instituições do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, assistamos a ações criminosas serem apoiadas por lideranças políticas e incensadas pela imprensa”, criticou. “A prosseguir a insensatez, poderá haver quem pense estar ocorrendo uma extrapolação das declarações do presidente da República ou de seus apoiadores para justificar ataques à institucionalidade do país.”
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