Correio Braziliense
postado em 04/06/2020 04:03
O posicionamento do presidente Jair Bolsonaro e do vice Hamilton Mourão, que chamaram manifestantes de “terroristas” e “delinquentes”, foi entendido pelo Congresso como uma tentativa de o Executivo ter justificativas para promover processos de escalada autoritária e de esvaziamento da democracia no país. “Ele (Bolsonaro) quer que esse clima de caos social se instale na oposição para ter o pretexto de implementar um golpe ditatorial e de que é preciso colocar ordem. Temos que denunciar essa fala como mais uma demonstração de que ele quer, de fato, endurecer o regime. Bolsonaro não tem nenhum apreço pela democracia”, alertou o senador Humberto Costa (PT-PE).Parlamentares chamaram Bolsonaro de terrorista por causa do episódio que antecedeu a saída dele das Forças Armadas no fim da década de 1980: teria elaborado um plano de explodir bombas em quartéis do Exército para reivindicar um salário maior. “Se, quem luta pela democracia é terrorista, quem é expulso do Exército por planejar explodir um quartel com bombas é o quê?”, tuitou a deputada Sâmia Bonfim (PSol-SP).
Deputados e senadores lamentaram que os protestos do fim de semana tenham registrado conflitos entre manifestantes e policiais e disseram ser contra qualquer tipo de ataque ao patrimônio público. No entanto, frisaram que foi Bolsonaro quem instaurou o clima de revolta na população. “A inversão de fatos se tornou política de governo. O presidente não tem exageros retóricos. Ele comete crimes contra a Lei de Segurança Nacional e crimes de responsabilidade todos os dias, insuflando o ódio da população brasileira contra o Judiciário, contra o Congresso Nacional, contra a imprensa, contra a própria democracia”, ponderou o líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ). (AF e IS)
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