Politica

Indicado do Centrão entrou e saiu

Correio Braziliense
postado em 04/06/2020 04:03
A permanência de Alexandre Borges Cabral à frente do Banco do Nordeste (BNB) durou poucas horas. Indicado para o governo federal pelo Centrão, ele havia assumido o cargo há dois dias, mas foi exonerado ontem devido a uma investigação em curso no Tribunal de Contas da União (TCU), que apura suspeitas de irregularidades em contratações feitas pela Casa da Moeda durante o período em que esteve à frente da estatal, em 2018. O prejuízo é estimado em R$ 2,2 bilhões, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, que revelou o caso.

O BNB confirmou a saída de Cabral via nota . O superintendente responsável pelas relações com investidores do banco, Sérgio Brito Clark, disse que a instituição soube do inquérito “somente por meio da mídia” e que a instituição “assim sendo, reitera seu compromisso de transparência e tempestividade de comunicação dos fatos aos seus acionistas”.

“O Conselho de Administração tem pautado suas deliberações de forma diligente, rigorosamente em conformidade com as boas práticas de governança corporativa e em estrita observância da legislação vigente”, frisou Clark. No lugar de Cabral, assumirá interinamente Antônio Jorge Pontes Guimarães Júnior, atualmente diretor financeiro e de crédito, cargo que ele acumulará até que seja eleito um novo presidente definitivo para o BNB.

A investigação cai como um balde de água fria para o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso. Na semana passada, ele elaborou uma carta aos “companheiros de farda” do Exército para justificar que a aproximação com o Centrão é “necessária para a aprovação dos inúmeros projetos clamados pela sociedade e é parte importante da minha missão, que será cumprida”.

Ontem, Bolsonaro se esquivou da responsabilidade das negociações com o Centrão. Ao conversar com apoiadores, comentou que não é ele quem coordena as indicações do grupo. “Sou responsável por 30 mil servidores que são comissionados pelo Brasil”, saiu-se.

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