Correio Braziliense
postado em 04/06/2020 07:30
O presidente Jair Bolsonaro confirmou que tem intenção de recriar o Ministério da Segurança Pública. Como mostrou o Estadão, a decisão já é dada como certa nos corredores do Palácio do Planalto, mas ainda não tem data para ser efetivada. "Existe a possibilidade", afirmou Bolsonaro na noite de terça-feira.
O presidente tem um encontro nesta quinta-feira com o lÃder da Frente Parlamentar da Segurança Pública - a chamada bancada da bala -, Capitão Augusto (PL-SP), para tratar do assunto. Segundo o deputado, a ideia é que a recriação ocorra até julho. O nome indicado pela bancada para assumir a pasta é o do ex-deputado Alberto Fraga (DEM), que é amigo de Bolsonaro.
"Se decidir voltar (com o Ministério da Segurança Pública), já vou anunciar o nome do ministro antes de começar a tramitar o projeto", afirmou Bolsonaro, em referência ao fato de que a criação de pastas deve passar pelo Congresso.
Questionado por jornalistas, Bolsonaro não quis se comprometer com a indicação de Fraga. "Não vou dizer que seja ele nem que não seja. Sou amigo do Fraga desde 1982. Ele está livre de todos os problemas que teve aÃ, é um grande articulador. Ele é cotado aÃ, mas nada de bater o martelo não", declarou. Bolsonaro afirmou que o escolhido "tem que ser alguém que entenda do assunto" da segurança pública.
A ideia de dividir a pasta ganhou força com a exoneração do ex-ministro Sérgio Moro, que exigiu a unificação da Justiça e da Segurança Pública em um superministério antes de assumir o cargo. Com a mudança, a estrutura hoje comandada por André Mendonça ficaria esvaziada, sem seus órgãos mais importantes, como a PolÃcia Federal, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e a PolÃcia Rodoviária Federal (PRF).
Quando assumiu o cargo, no fim de abril, André Mendonça chegou a sondar o coronel Araújo Gomes, ex-comandante da PolÃcia Militar de Santa Catarina, para assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública.
A nomeação, no entanto, não saiu e o cargo está vago desde a demissão do antigo titular da secretaria, o general Teophilo Gaspar, no inÃcio do mês passado. "Eu estou em conversa com o ministro (Mendonça), mas em relação à Secretaria Nacional da Segurança Pública. Nos próximos dias é que vou saber como vai se encaminhar", afirmou o coronel.
Depoimento
Na mesma entrevista, Bolsonaro afirmou que pode prestar depoimento presencialmente à PF no inquérito que investiga se houve interferência polÃtica na corporação. Para ele, o inquérito acabará sendo arquivado. "A PF vai me ouvir, estão decidindo se vai ser presencial ou por escrito, para mim tanto faz", afirmou o presidente. "Posso conversar presencialmente com a PolÃcia Federal, sem problema nenhum." Na semana passada, a PF afirmou ser "necessária a realização" do depoimento de Bolsonaro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.