Correio Braziliense
postado em 05/06/2020 04:12
"Os próprios denunciantes falam que existe uma prática muito condescendente e parcimoniosa com os atos pró-Bolsonaro, e a gente acha que a corporação não tem de ter posicionamento político”
Fábio Félix, deputado distrital
Fábio Félix, deputado distrital
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) vai apurar a denúncia de que oficiais da Polícia Militar do DF estariam planejando agir com violência excessiva contra os manifestantes críticos ao governo federal na ação programada para domingo.
O presidente do colegiado, deputado Fábio Felix (PSol), enviou um ofício ao Comando-Geral da corporação pedindo providências. No documento, o parlamentar ressaltou que o protesto será em defesa da democracia e que os manifestantes são críticos do Executivo federal. Segundo ele, as denúncias recebidas pela comissão são de que o planejamento para o policiamento nas ações do fim de semana é diferente do que foi feito nos protestos favoráveis ao governo.
“Estaria sendo montado um grande esquema de segurança com centenas de policiais militares para essa manifestação e que, além disso, membros da corporação estariam ‘insuflando os policiais contra os manifestantes’”, destacou o documento. O ofício alertou, ainda, para o risco de que a tropa chegue ao local com ânimos acirrados e que, mesmo numa manifestação pacífica, seja empregada violência excessiva.
Ao Correio, Fábio Félix informou que recebeu relatos detalhados mostrando mensagens enviadas por policiais dizendo que “no domingo, o pau vai comer”, “vai ter antifa(scista) apanhando” e que “é hora de bater nos comunas”. Preocupado, o deputado acionou, também, o Ministério Público. “Os próprios denunciantes falam que existe uma prática muito condescendente e parcimoniosa com os atos pró-Bolsonaro, e a gente acha que a corporação não tem de ter posicionamento político.”
Em nota oficial, a Polícia Militar informou que ainda não tomou conhecimento do ofício, mas que, ao recebê-lo, adotará as medidas oportunas. Disse, ainda, que é uma polícia de Estado e que trabalha com informações que subsidiam cada planejamento, “sem levar, em qualquer grau de importância, o viés político, tampouco a bandeira levantada por integrantes dos movimentos populares”, afirmou a corporação.
A Secretaria de Segurança Pública do DF, por sua vez, respondeu que ainda “não foi comunicada pelos organizadores” do ato do próximo domingo, mas destacou que, por meio do Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob), vai monitorar “atos públicos de toda e qualquer natureza, respeitados os limites constitucionais”.
“O trabalho integrado dos 29 órgãos que compõem o Centro de Operações auxilia a promoção de ações de segurança pública e corrobora com a mobilidade, a fiscalização e a saúde da população do DF. Em atos públicos, as forças de segurança atuam em conjunto, com o número necessário de servidores, a fim de garantir a segurança, a ordem pública, a integridade física de todos e a fluidez no trânsito durante as manifestações.”
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