Politica

Mello prorroga inquérito

Correio Braziliense
postado em 09/06/2020 04:03


O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a prorrogação por 30 dias do inquérito que apura suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. O pedido foi feito pela delegada que comanda o inquérito, Christiane Correa Machado, e teve a concordância do procurador-geral da República, Augusto Aras.

A investigação apura acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. O ex-juiz federal, ao pedir demissão do cargo em 24 de abril, afirmou que o presidente tentou, reiteradas vezes, interferir na PF por interesses políticos e pessoais.

No mesmo pedido de aumento de prazo, a PF manifestou que pretende ouvir Bolsonaro no âmbito do inquérito. A PF já fez oitivas com diversas autoridades, como os ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; e da Casa Civil, Braga Netto.

Já foram ouvidos, também, delegados, como o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo; o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem; e o ex-superintendente da PF no Rio de Janeiro Ricardo Saadi. A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) também prestou depoimento devido às trocas de mensagens com Moro.

Um dos pontos mais polêmicos do inquérito foi a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, dois dias antes de Moro pedir demissão. O ex-juiz apontou a gravação como uma prova de tentativa de interferência por parte do presidente. Em um dos trechos, Bolsonaro diz: “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar, se não puder trocar, troca o chefe dele, não pode trocar o chefe, troca o ministro”. Bolsonaro alega que se referia à segurança da família.

Randolfe pede à PGR investigação de guru
O senador Randolfe Rodrigues apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação pedindo investigação da conduta do presidente Jair Bolsonaro e do escritor Olavo de Carvalho após a série de postagens que o “guru do bolsonarismo” fez na madrugada de ontem, criticando o chefe do Executivo e dizendo até que pode derrubar o governo. Na representação enviada à PGR, Randolfe diz que os fatos “estranham tanto quanto surpreendem”. Segundo o parlamentar, as falas de Olavo levantam a possibilidade de ocorrência imediata de vários crimes, como extorsão, prevaricação, lavagem de dinheiro, calúnia e difamação contra o presidente, “bem como mediata de inúmeros outros, como, por exemplo, corrupção”. Em vídeo, o “guru” afirmou, entre outros, que Bolsonaro pode ser processado por prevaricação, já que presencia crimes e não faz nada.

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