Correio Braziliense
postado em 09/06/2020 04:04
Pouco mais de um mês depois de aceitar a primeira indicação política do Centrão para a administração pública federal em troca de mais apoio no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro já colocou nas mãos do grupo fisiológico R$ 75,8 bilhões do Orçamento da União previsto para 2020. Os dados são do Portal da Transparência.
Na articulação com legendas independentes, como PP, PL, Republicanos, Solidariedade e PTB, além de diálogos com partidos de centrodireita (MDB, PSD e DEM) e siglas menores (Pros, PSC, Avante e Patriota), o mandatário viu, ao menos, 15 apadrinhados do Centrão desembarcarem em funções administrativas dentro de ministérios, presidências de autarquias e outros cargos de segundo e terceiro escalões vinculados ao Planalto. Somados, os salários mensais de todos os indicados ultrapassam os R$ 200 mil.
Como tem interesse de se livrar de eventuais processos de impeachment na Câmara, Bolsonaro deu uma fatia maior do bolo ao PP e ao PL. Dos partidos envolvidos no toma lá, dá cá, os dois são os que contam com a maior quantidade de cadeiras na Casa (40 e 39, respectivamente).
De um lado, a legenda presidida pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI) recebeu do Executivo as chefias do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que, juntas, correspondem a R$ 55,07 bilhões.
Do outro, o PL, do ex-deputado Valdemar Costa Neto, apesar de não ter assumido nenhum posto de presidência, emplacou cinco nomes no governo. Entre eles, está o de Arnaldo Correia de Medeiros, nomeado para a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, com orçamento de R$ 8,2 bilhões para este ano.
O Republicanos e o PSD também ganharam uma fatia considerável. O primeiro, conseguiu a Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano do Ministério do Desenvolvimento Regional, enquanto o segundo, ganhou a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI). Até dezembro, os três órgãos podem gastar, juntos, pouco mais de R$ 11,43 bilhões.
DEM, MDB e PSC ficaram responsáveis por quatro indicações. O destaque ficou por conta da nomeação do deputado André Ferreira (PSC-PE), presidente da sigla em Pernambuco, para a Superintendência de Trens Urbanos do Recife. O órgão vinculado à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) tem orçamento de R$ 1,1 bilhão.
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