Politica

'Não é compatível com um país democrático', diz Vicente Nunes sobre MP 979

Editor-executivo do Correio comentou a revogação da 'Medida Provisória dos reitores biônicos' no programa Cidinha Livre, da Super Rádio Tupi, nesta sexta-feira

O jornalista e editor-executivo do Correio Braziliense, Vicente Nunes, participou, na tarde desta sexta-feira (12/6), do programa Cidinha Livre, da Super Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. Na conversa com Cidinha Campos, Nunes comentou sobre a devolução integral ao governo da Medida Provisória (MP) 979, que permitia ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, nomear reitores de universidades e institutos federais durante a pandemia do novo coronavírus.

Na avaliação de Nunes, a MP, que foi considerada inconstitucional pelo Congresso, é “completamente autoritária”.

“Isso [nomeação de reitores por ministros] só foi visto durante o período de ditadura. O governo quer porque quer entrar nas universidades. O governo acredita que as universidades e institutos federais brasileiros se transformaram em fábricas para formar militantes de esquerda”, pontuou.

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Para o jornalista, o governo erra em tentar intervir dessa forma nas universidades. “Colocar interventores dentro de universidades, restringir pensamentos e debates… Isso não é compatível com um país democrático como é o Brasil”, completou.

Durante a entrevista, Nunes relembrou ainda outra medida provisória do governo que foi suspensa: a MP 886, que transferia a responsabilidade pela demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura. A proposta sofreu alterações do Congresso na época, que devolveu a função para a Fundação Nacional do Índio (Funai).