Correio Braziliense
postado em 13/06/2020 04:12
PSD não exigirá fidelidade a BolsonaroA devolução da medida provisória sobre a nomeação de reitores, no dia seguinte ao anúncio do deputado Fábio Faria como ministro das Comunicações, traz um recado político ao presidente Jair Bolsonaro: escolher parlamentares para o seu ministério não dará ao chefe do Planalto o direito de fazer o que bem entender. Além do aviso de Davi Alcolumbre, a depender do que se diz nos bastidores do PSD, a nomeação do novo ministro não ampliará o número de votos a favor do governo dentro do partido. O PSD continuará no papel de “independente”, deixando confortáveis aliados e adversários do Executivo federal. Isso significa que o PSD não vai exigir fidelidade ao governo por parte do presidente da CPMI das Fake News, senador Otto Alencar (PSD-BA), tampouco o transformará em dissidente dentro do partido.
Weintraub, o aliado difícil
Dois motivos levam o presidente Jair Bolsonaro a manter Abraham Weintraub no governo: um deles é perder aliados nas redes. O fato de ser um dos mais aguerridos defensores do chefe do Executivo deixa ao lado do ministro uma ala expressiva dos bolsonaristas mais radicais. Se o titular da Educação cair, um pedaço desse grupo o seguirá.
Gordura quase no fim
A avaliação entre os aliados do Planalto é de que o presidente Jair Bolsonaro não pode mais prescindir de apoios. Até aqui, já perdeu com a troca de ministros na Saúde e na Justiça.
Fake news, alta tensão...
Se a perícia no material apreendido dentro do inquérito das fake news chegar a alguma prática imputada à campanha, dará ao Tribunal Superior Eleitoral elementos para prosseguir com as investigações contra o presidente Jair Bolsonaro. Neste momento, avaliam os governistas, esse compartilhamento das informações preocupa.
… em duas frentes
Embora os aliados do presidente considerem ser impossível avaliar que o resultado da eleição seria alterado, esse compartilhamento será mais um elemento para desgastar o governo. Além, claro, do inquérito que tramita no STF.
Ponto mais nevrálgico
No rol de atribuições do novo ministro, a definição da tecnologia 5G é considerado o tema mais delicado, por causa da guerra comercial entre China e Estados Unidos. A tendência do governo é alinhamento aos EUA nesse quesito.
CURTIDAS
CURTIDAS
Pelas bordas I/ O deputado Fábio Faria é o segundo político do Rio Grande do Norte na equipe de Jair Bolsonaro. O primeiro é o ex-deputado Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional. Aos poucos, o presidente monta sua base no Nordeste.
Pelas bordas II/ O Rio Grande do Norte é governado por Fátima Bezerra, do PT, que, em 2018, derrotou Robinson Faria, pai do atual ministro. Faria sequer chegou ao segundo turno e declarou neutralidade no embate final entre PT e PDT. Agora, ganha um espaço.
Cabral responde I/ A defesa do ex-governador Sérgio Cabral (foto) tece considerações a respeito da nota publicada aqui, na quinta-feira, sobre os recados do ex-deputado Marco Antônio Cabral ao ex-prefeito Eduardo Paes e as suspeitas de aliados de Paes de que Cabral poderia “inventar algo” para incriminar o ex-aliado. “O acordo celebrado entre o ex-governador Sérgio Cabral e a Polícia Federal foi assinado em novembro do ano passado. Foi homologado pelo ministro Edson Fachin, em fevereiro deste ano”, diz o texto. Ou seja, já está tudo na Justiça.
Cabral responde II/ Prossegue a defesa: “Todos os relatos já foram apresentados, previamente, àquelas autoridades, incluindo respectivo material probatório. Portanto, parece desesperada a hipótese tratada”. Ou seja, Cabral já contou tudo o que sabia.
Tensões em série/ O governo mal saiu da crise gerada pela MP da nomeação de reitores e entra em outra relacionada à pandemia da covid-19, depois da guerra na divulgação dos números. Os médicos, agora, ficaram indignados com o fato de o presidente orientar as pessoas, na live desta semana, a entrar nos hospitais para fotografar leitos.
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