Politica

Ativista Sara Winter tem três pedidos de habeas corpus

HCs foram protocolados pela defesa da ativista e por outros dois advogados. Um deles já foi distribuído para análise da ministra Cármen Lúcia

Correio Braziliense
postado em 15/06/2020 22:31
HCs foram protocolados pela defesa da ativista e por outros dois advogados. Um deles já foi distribuído para análise da ministra Cármen LúciaA ativista de extrema direita Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter, já possui pelo menos três habeas corpus protocolados. Um deles foi feito pela defesa de Sara, e outros dois por advogados que não fazem a defesa da ativista. O HC de um desses advogados, Paulo Goyaz Alves da Silva, já foi distribuído e  está com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia.

Sara foi presa nesta segunda-feira (15) pela Polícia Federal após mandados serem expedidos pelo STF no âmbito do inquérito que investiga atos antidemocráticos. O pedido de prisão dela e de outras cinco pessoas (que ainda não foram presas) foi feito ao STF pela Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Em nota, a procuradoria afirmou que os pedidos foram feitos a partir de indícios de que o grupo "continua organizando e captando recursos financeiros para ações que se enquadram na Lei de Segurança Nacional", que é a Lei 7.170/1983, objeto do inquérito que investiga os atos antidemocráticos. Conforme PGR, o objetivo das prisões temporárias é ouvir os investigados e reunir informações sobre como funciona o esquema criminoso.

Sara prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (15) à PF e deve prestar outro na próxima terça-feira (16). Na ocasião, quando perguntada a respeito dos fatos investigado, logo no início do depoimento, Sara permaneceu em silêncio. Ela também ficou em silêncio quando questionada se é líder do movimento "300 do Brasil" e quando investigadores perguntaram sobre o vídeo no qual ela faz ameaças contra o ministro Alexandre de Moraes.

Já sobre o ato que lançou fogos de artifício contra o STF no último sábado (13), ela negou envolvimento dela ou de qualquer outra pessoa do grupo "300 do Brasil". A Polícia Civil prendeu Renan Silva Sena pelo ato. Segundo Sara, Renan é líder de outro acampamento, o "Patriotas", que não possui relação com o seu grupo. 

A ativista disse ainda, em depoimento, que o grupo não possui nenhuma conexão com os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. De acordo com ela, o grupo também não recebe "nenhum tipo de apoio financeiro ou de outra espécie do governo", mas "que não pode afirmar pelos outros grupos". Sara afirmou que não integram o grupo assessores parlamentares ou cabos eleitorais. 

HCs

Saiba Mais

O outro advogado que protocolou um HC é o baiano Henrique Quintanilha. "Eu achei uma coisa tão absurda. Poderia ser dela ou partidário de outra linha ideológica", disse. Para o advogado, "dizer que o STF tem que acabar não configura uma ameaça". 

No HC, que segundo o advogado possui 32 páginas, um dos pontos considerado é o fato de que Sara é uma cidadã comum, por isso não seria competência do STF fazer o pedido de prisão. Se já existia um inquérito, deveria ser desmembrado e encaminhado para um juiz de primeiro grau, independentemente que tenha deputado federal envolvido, conforme o advogado.

Quintanilha afirma ainda que a Lei de Segurança Nacional é antiga, da época da Ditadura Militar, e foi recepcionada pela Constituição Federal. Assim, é preciso haver interpretação da lei para recepcionar a livre manifestação de pensamento que é prevista na CF. "Não pode ser levada à risca", disse. 

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