Politica

Esperança de dias mais calmos

O respaldo que a presença de representantes de todos os Poderes e das principais empresas de comunicação do país conferiu à solenidade de posse do ministro das Comunicações criou a expectativa de que Fábio Faria será um dos principais interlocutores do governo, sem deixar de levar adiante os principais projetos técnicos da pasta. Além do tom pacificador, seu discurso também foi direto ao ponto nas questões mais urgentes das telecomunicações do país.

Faria disse que o processo de inclusão digital é prioridade e que isso passa pela implementação da tecnologia 5G. Para o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Marcos Ferrari, o ministro empolgou as operadoras. “Trazer à pauta toda a problemática da infraestrutura sinalizou que deseja limpar os gargalos para avançar o mais rápido possível”, avaliou Ferrari.

Também no evento, Fábio Augusto Andrade, vice-presidente de Relações Institucionais da Claro, destacou a presença dos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. “A ida deles sinaliza um entendimento. Para o nosso setor, é importante ter um ministro considerado forte, porque há muitos desafios pela frente”, avaliou.

A expectativa do executivo é de que, com uma pasta exclusiva, o ministro esteja cacifado para promover as mudanças que o setor precisa. “Tenho esperança que o leilão do 5G seja menos arrecadatório e mais focado na disseminação da capilaridade. E também que não seja um leilão ideologizado, como tenho visto em algumas pastas do governo”, comentou, lembrando das resistências à China, que deve disputar com a Huawei.

Na esfera política, o ministro é considerado uma ponte entre Congresso e Planalto, e também representa o fortalecimento do Centrão no governo. Faria foi eleito deputado federal pelo PSD, partido presidido por Gilberto Kassab, ex-ministro das Comunicações. Porém, o senador Otto Alencar (PSD-BA) negou que o ministro faça parte da cota do partido no governo. “A indicação foi pessoal do presidente da República. O Fábio tem pré-requisitos, espero que faça um bom trabalho. Ele tem condições, experiência, é um político habilidoso, com bom trânsito na Câmara e no Senado. Isso pode ser um fator de harmonização das relações políticas entre os Poderes”, observou. (SK)