Politica

Operação sigilosa, para evitar vazamentos

Correio Braziliense
postado em 19/06/2020 04:03
Os policiais que atuaram na ação, em São Paulo, não foram informados de que iam prender Fabrício Queiroz
 
O cumprimento do mandado de prisão contra o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi cercado de cuidados. Para evitar vazamentos, a Polícia Civil só teve ciência do local e do alvo pouco antes, em uma reunião operacional em Campinas (SP) com os promotores de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MPSP) que iam cumprir o mandado. A prisão ocorreu em Atibaia (SP).

De acordo com o promotor Jandir Moura Torres Neto, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPSP, às 4h30, os cinco delegados que participaram do cumprimento do mandado de prisão foram informados sobre o local e que se tratava de Queiroz. Os 20 policiais que atuaram na operação não foram informados naquele momento. O MPSP recebeu, na quarta-feira, o pedido do MP do Rio de Janeiro para efetuar a prisão.

Também não houve reconhecimento de local, como costuma acontecer, com envio de equipes para avaliar o espaço, ver quantas pessoas seriam preciso e se haveria necessidade de algum equipamento especial. “A gente ficou com medo de que alguma diligência que fizesse pudesse comprometer o sucesso do cumprimento das ordens”, justificou Torres Neto.

Queiroz foi preso em um imóvel identificado, com uma placa, como escritório de Frederick Wassef, advogado do presidente Jair Bolsonaro e do senador Flávio. Por isso, os promotores solicitaram o comparecimento de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas sem especificar, também, a cidade ou o alvo.

Apesar de, oficialmente, ser identificado como um escritório, o local não aparenta ter essa destinação, segundo Torres Neto. “Materialmente, as circunstâncias do interior do imóvel não se assemelham àquelas que a gente normalmente verifica num ambiente profissional. Não havia estação de t
rabalho, notebook, impressoras. Aparentava mais características semelhantes às de uma casa”, afirmou.
A prisão de Queiroz foi feita no âmbito das investigações sobre um esquema de desvio de salários de servidores do gabinete de Flávio, na época em que ele era deputado estadual pelo Rio de Janeiro, prática conhecida como rachadinha. (ST)

“A gente ficou com medo de que alguma diligência pudesse comprometer o sucesso do cumprimento das ordens”
Jandir Moura Torres Neto, promotor do Gaeco do MPSP



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