O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na live de ontem, que a prisão de Fabrício Queiroz foi “espetaculosa”. Na transmissão, defendeu o ex-assessor do senador e seu filho, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), afirmando que não estava foragido.
“Operação de hoje sobre a prisão do Queiroz. Deixo bem claro: não sou advogado do Queiroz e não estou envolvido neste processo. Mas o Queiroz não estava foragido e não havia nenhum mandado de prisão contra ele, e foi feita uma prisão espetaculosa. Já deve estar no Rio de Janeiro, deve estar sendo assistido pelo advogado, e a Justiça siga aí o seu caminho. Parecia que estavam prendendo o maior bandido da face da Terra. Mas, que a Justiça, eu digo, siga o seu caminho. Repito: não estava foragido e não tinha nenhum mandado de prisão contra ele”, reforçou Bolsonaro.
Depois de dizer que nada tem a ver com o ex-policial, o presidente disse que está “encerrado o caso”. “Se tivessem pedido ao advogado, creio eu, o comparecimento dele (Queiroz), a qualquer local, ele teria comparecido. E por que estava naquela região de São Paulo? Porque é perto do hospital onde ele faz tratamento de câncer. Então, esse é o quadro. Da minha parte, está encerrado o caso Queiroz”, decretou.
Bolsonaro também criticou a divulgação equivocada de que a Polícia Civil teria cumprido mandado de busca e apreensão em uma casa dele, em Bento Ribeiro, no Rio de Janeiro, quando, na verdade, era em um imóvel que fica na mesma rua, mas que pertence a uma funcionária da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). “Que essa casa constava no Imposto de Renda e eu tenho há quase 30 anos essa casa. Até que foram desmentidos, me vinculando ao caso Queiroz. Má-fé da imprensa. É praxe da grande mídia. Também dizia que fui avisado, de manhã, pelo sistema de segurança particular. Duas fake news”, garantiu.
Ao longo de todo o dia de ontem, o clima no governo foi tenso. A avaliação é que a prisão do ex-assessor parlamentar, em um endereço ligado ao advogado que defende Flávio Bolsonaro, colocou o caso da rachadinha dentro do Palácio do Planalto. Desde o início das investigações do esquema na Alerj, o governo trabalhou para blindar o mandato atual do presidente.
Auxiliares do presidente afirmam que o governo seguirá insistindo na narrativa de que, se houve algum problema, foi restrito ao gabinete de Flávio e, portanto, sem qualquer ciência de Bolsonaro. Outra estratégia é evitar comentários sobre o episódio, em uma tentativa de, mesmo nos bastidores, passar imagem que não se trata de um assunto de preocupação presidencial.
Ao mesmo tempo, integrantes do Planalto avaliam que a prisão de Queiroz reforçará o discurso do presidente de que há perseguição política e uma conspiração contra ele e sua família para desestabilizar o governo.
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