Correio Braziliense
postado em 19/06/2020 15:46
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) ressaltou em pedido de prisão do policial militar aposentado Fabrício Queiroz e de sua esposa, Márcia de Oliveira Aguiar, que mensagens no celular da mulher mostravam que havia "um plano de fuga organizado para toda a família do operador financeiro que contaria com a atuação do então foragido Adriano Magalhães da Costa Nóbrega". O pedido foi obtido pelo jornal O Globo.Adriano da Nóbrega é ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) do RJ apontado como líder de um grupo miliciano naquele estado. Ele foi morto em fevereiro deste ano em uma ação registrada como confronto contra a polícia, na Bahia, onde estava escondido. Na decisão, o juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, cita trechos da investigação do MP. A decisão do juiz foi publicada na íntegra pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo documento, mensagens no celular de Márcia, que foi obtido em diligência anterior, mostrou que ela foi a Minas Gerais se encontrar com Raimunda Magalhães Vera, mãe de Adriano. O encontro, em dezembro do ano passado, teve a presença do advogado Luís Gustavo Botto Maia, apontado como advogado do senador Flávio Bolsonaro. Márcia, inclusive, enviou uma foto dos três juntos tomando cerveja a Queiroz.
Depois do encontro, segundo investigações, eles mantiveram contato. Márcia planejada viajar do Rio para São Paulo no dia 18 de dezembro, mas foi surpreendida por uma operação do MP na manhã que iria deixar o estado.
Conforme investigação, Raimunda foi orientada por Queiroz a permanecer escondida temendo a retomada da investigação após um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), em novembro do ano passado. O referido julgamento avaliava compartilhamento de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e da Receita Federal com o MP. Foi com base em um relatório do Coaf que o MP do Rio iniciou a investigação contra Flávio e Queiroz.
A investigação aponta que a mãe de Adriano e sua ex-esposa Danielle Mendonça da Costa foram nomeadas para cargos comissionados no gabinete do Flávio. No entanto, o mapa do calor do celular de Raimunda mostram que ela não estava nos arredores da Assembleia Legislativa do Rio nenhum dia no período em que deveria exercer a função. Ela era sócia-administradora de uma pizzaria desde 2009.
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