Correio Braziliense
postado em 19/06/2020 19:30
O presidente Jair Bolsonaro resolveu quebrar o hiato e voltou a falar com os apoiadores na tarde desta sexta-feira (19/06). Os cerca de 40 bolsonaristas que o aguardavam na entrada do Palácio da Alvorada o receberam ao som de “mito” e foram colocados para o lado de dentro, ainda próximos ao portão, longe da imprensa, que teve o acesso bloqueado.
Usando máscara, o chefe do Executivo conversou com a claque e tirou selfies em um encontro que durou cerca de 10 minutos. Ao ouvir os bolsonaristas, o presidente fez dois comentários breves. Um sobre o auxílio emergencial, o qual disse que ‘não dá para manter por muito tempo” e sobre a medida do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu que governadores e prefeitos devem editar regras sobre isolamento e restrições durante a crise do novo coronavírus. Ele voltou a criticar a quarentena. “Se dependesse de mim, mas o Supremo diz que são os governadores que fazem essa política, né. Não teria o pessoal parado de trabalhar não. Quem tem idade de 40 anos para baixo, se pegar, a chance de ter problemas graves é ínfima”, disse.
Uma apoiadora relatou a Bolsonaro ser cardíaca, tabagista e ter convivido com duas pessoas que testaram positivo e mesmo assim, garantiu, não ter se infectado.
“Pode até ter pego e não ficou sabendo. Quase 90% não sente quase nada, nem sintomas de gripe tem, sintoma de nada”, apontou.
Bolsonaro tem preferido adotar um tom menos explosivo e mais discreto nos últimos dias.
Hoje pela manhã, ele ignorou pelo segundo dia consecutivo os apoiadores que o aguardavam na saída do Palácio da Alvorada e tem evitado conceder entrevistas à imprensa.
Ontem (18) também ele não quis falar com a claque após a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador e filho do presidente Jair Bolsonaro Flavio Bolsonaro e ignorou cerca de 25 bolsonaristas que o aguardavam no local. O presidente passou reto com seu comboio oficial rumo ao Palácio do Planalto e os simpatizantes se quer receberam um aceno de Bolsonaro de dentro do carro. Na volta para o Alvorada repetiu o gesto e se pronunciou apenas na costumeira live das quintas-feiras.
Na transmissão, Bolsonaro afirmou que a prisão de Queiroz foi “espetaculosa”. Ele defendeu o assessor afirmando que o mesmo não estava foragido.
“Operação de hoje sobre a prisão do Queiroz. Deixo bem claro, não sou advogado do Queiroz e não estou envolvido neste processo, mas o Queiroz não estava foragido e não havia nenhum mandado de prisão contra ele e foi feita uma prisão espetaculosa. Já deve estar no Rio de Janeiro, deve estar sendo assistido pelo advogado e a Justiça siga aí o seu caminho, mas parecia que estavam prendendo o maior bandido da face da terra, mas que a Justiça, eu digo, siga o seu caminho. Repito, não estava foragido e não tinha nenhum mandado de prisão contra ele”, apontou Bolsonaro.
O presidente disse ainda que da parte dele está “encerrado o caso”. “Tranquilamente, se tivessem pedido ao advogado, creio eu, acredito, o comparecimento dele a qualquer local ele teria comparecido. E porque estava naquela região de São Paulo? Porque é perto do hospital onde ele faz tratamento de câncer. Então esse é o quadro, da minha parte está encerrado o caso Queiroz”, acrescentou.
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