A perigosa missão do novo ministro
Com ou sem doutorado, ou coisa que o valha, o novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, chega ao governo com o desafio de “limpar” a ala ideológica do Ministério da Educação. A missão é delicada e tem que ser cirúrgica. Se não o fizer, corre o risco de ser engolido pelo grupo olavista dentro da pasta. Se for com muita sede nas trocas, jogará a ira desse pessoal –– que já vive irado –– no colo de Jair Bolsonaro. O presidente, aliás, esta semana, deu várias demonstrações de que quer se descolar dos radicais e adotar uma postura mais serena, para governar com tranquilidade e, nesse caminho, as mudanças na Educação estão no roteiro. Será um dos grandes testes da próxima semana.
Por escrito, a simbologia
Por similaridade com o ex-presidente Michel Temer, o procurador-geral Augusto Aras deve requerer que Bolsonaro possa responder por escrito no inquérito da tentativa de interferência na Polícia Federal. A dúvida é o que decidirá o ministro Celso de Mello. Há quem diga que aceitar as respostas por escrito seria um gesto de boa vontade do Judiciário com o presidente, dando um passo na linha da pacificação entre os Poderes.
Entre Flávio e a biografia
A notícia sobre uma possível delação premiada de Fabrício Queiroz fez acender todos os alertas do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A ordem agora é tentar, a toque de caixa, anular tudo o que foi feito na primeira instância, de forma a evitar que Queiroz fale. Quem conhece o Judiciário do Rio de Janeiro, porém, considera que os juízes e desembargadores não querem manchar novamente a própria história. Já basta o que muitos responderam por causa do ex-governador Sérgio Cabral.
Melhor não mexer
Diante da polêmica sobre o envio do processo à segunda instância, uma vez que Flávio Bolsonaro não é mais deputado estadual, a tendência é continuar tudo como está, até que a promotoria dê o próximo passo. Ou seja, ninguém vai correr com o processo para evitar a delação de Queiroz.
Toca outra música, “talkey”?
Com a aprovação do novo marco regulatório do saneamento, esta semana, e a inauguração do Eixo Norte do projeto de transposição das águas do rio São Francisco, Bolsonaro pretende abrir uma nova fase em seu governo, deixando de lado o escândalo envolvendo a prisão de Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, e a pandemia.
Samba de duas notas e muitos arranjos
A estratégia é válida, mas a pandemia é uma realidade, e o caso Queiroz diariamente tem novos elementos vindo a público. O jeito, avaliam alguns aliados do presidente, é administrar a cada dia a sua aflição nesses dois temas, e não dar uma de avestruz, fingindo que não existem ou que já passaram.
Muito além dos 300/ A aposta dos investigadores é a de que a prisão do blogueiro Oswaldo Eustáquio levará a outros pontos importantes de financiamento de grupos radicais paramilitares. Embora seja tido como alguém ligado a Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, a fuga levou a suspeitas de que ele tem outros laços importantes.
Mandetta avisou/ Não por acaso, a administração da Saúde era bem avaliada na gestão de Luiz Henrique Mandetta (foto). Ele sempre disse que o Brasil enfrentaria meses muito difíceis pela frente. Recentemente, tem dito que a situação só estará mais calma a partir de setembro.
E o presidente não quis ouvir/ Mesmo nas lives, o presidente Jair Bolsonaro não consegue ainda hoje usar a expressão “covid-19” e se referir a ela como uma doença preocupante. Fica travado quando tem que falar sobre o tema.
Por falar em Bolsonaro.../ O PT de Lula tenta a todo o custo requerer a paternidade do Eixo Norte da Transposição do São Francisco, inaugurado ontem pelo presidente. Uma obra que durou 13 anos para ficar pronta e passou por quatro governos.
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