Para Carlos Lupi, presidente nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT), se a família Bolsonaro for investigada com profundidade, "não fica pedra sobre pedra". Em entrevista ao CB.Poder — uma parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília —, nesta terça-feira (30/6), ele comentou as possíveis ligações da família do presidente da República com milícias do Rio de Janeiro, e as alianças entre partidos de oposição para articular um pedido de impeachment.
"As alianças com a milícia são financeiras e eleitorais. Os milicianos ganham dinheiro com gás, gatonet, conseguem votos. Na nossa opinião, se mexer com profundidade na família Bolsonaro, não fica pedra sobre pedra. No caso de Flávio Bolsonaro, já é um processo que vem de antes da eleição. Esse Queiroz é muito conhecido no Rio por causa da milícia. E ele escolheu que lugar para se esconder? A casa do advogado da família Bolsonaro", disse o ex-ministro.
Lupi também falou sobre as afirmações de Jair Bolsonaro (sem partido), que afirma que as investigações envolvendo o nome de sua família são para prejudicá-lo eleitoralmente. Para o presidente do PDT, se o presidente não cometeu irregularidades, não deveria estar preocupado. "Fui ministro de Estado. Tive vários processos, mas estou aqui. Quem não deve, não teme. Se ele não deve, para que temer? Para que esse medo? Acho que essa investigação tem que ir fundo", defendeu o político.
Atualmente, segundo Carlos Lupi, há articulação de cinco partidos por um pedido de impeachment, mas ele afirma que outras siglas devem aderir ao movimento. "Vem mais gente. Começamos a unir os partidos em cima de um projeto de impeachment, porque consideramos que o Bolsonaro já cometeu todos os crimes de responsabilidade para tal. Tem o PDT, PSB, Rede, PV, Cidadania, agora está entrando PT e, provavelmente, deve entrar o PSol também. Queremos todos aqueles que querem preservar a democracia", afirmou.
Perguntado sobre o aparente isolamento político de Lula, de quem foi ministro, Lupi revelou gostar do petista e acreditar que os anos de seu governo foram benéficos para o país em políticas sociais. Porém, as ambições do PT, segundo ele, passaram a ser outras, que não têm exatamente a ver com o bem da população. "Eu gosto do Lula e acho que ele foi um grande presidente. Boas políticas sociais, empregos, foi um momento bom do Brasil. O problema do PT foi que o poder passou a ser mais importante. Aí alguns companheiros se descaracterizaram. A política de continuar no poder custe o que custar foi mais importante”, pontuou.
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"Cada um quer disputar o primeiro turno e depois se alia com quem tem ideias mais próximas. Mas, na nossa aliança, procuramos uma candidatura única. Só que com PT não tem nem conversa, eles querem o candidato deles. (...) Quero ver algum ser humano convencer o PT a aceitar outro candidato. É a cultura deles, direito deles, mas não concordo. Eles tiveram a chance deles, não dá para ficar a cadeira deles o tempo todo. Esse é o problema do PT, eles se acham os donos da verdade", disparou.
Assista à íntegra da entrevista:
Ouça a entrevista em formato podcast:
*Estagiário sob a supervisão de Fernando Jordão
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