Politica

Governo usa fotos de bancos de imagem em propaganda com Bolsonaro

Personagens que aparecem no vídeo conversando com o presidente não seriam reais. Conteúdo foi divulgado nessa quarta-feira

Correio Braziliense
postado em 02/07/2020 09:52

A foto de Uma propaganda curiosa foi divulgada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), nas redes sociais, nessa quarta-feira (1º/7). A peça mostra o presidente respondendo, supostamente, perguntas feitas por cidadãos comuns do Nordeste por telefone. Os rostos das pessoas que aparecem na postagem estão disponíveis em bancos de imagens disponíveis na internet e, portanto, não são reais. 

 

Em um dos vídeos, uma suposta cidadã chamada Dona Maria Eulina, que seria do Ceará, pergunta a Bolsonaro sobre o estágio das obras da transposição do São Francisco. Mas a imagem consta no banco de fotos Dreams Time, disponível no serviço de imagens com a busca "Happy old woman smiling" ("idosa feliz sorrindo"). “Alô, presidente. Aqui é Maria Eulina. Eu queria saber como tá o projeto de transposição do Rio São Francisco aqui no Ceará”, diz uma voz com um som de quem está falando ao telefone, antes de ser respondida por Bolsonaro.

 

Outro “personagem” é nomeado Francisco Valmar, que seria do estado do Rio Grande do Norte. Ele pergunta ao presidente sobre ações de transporte na região. Bolsonaro responde que em breve seria inaugurada uma estação de VLT no estado. A foto que seria de Valmar consta no banco de imagens ShutterStock, e pode ser encontrada no serviço por quem digita "retrato de trabalhador na fábrica no fundo".

 

O modelo já havia sido usado na campanha “O Brasil não pode parar”, do governo federal, veiculada logo no início da pandemia, em abril. A propaganda foi tirada do ar depois de uma chuva de críticas nas redes sociais. 

 

Simulação de longa data 

Em 2018 — quando Bolsonaro ainda era candidato a presidente —, o filho Eduardo Bolsonaro divulgou um vídeo de campanha do presidenciável que trazia imagens de uma mulher negra retiradas de um banco de fotos on-line. Na época, a empresa Shutterstock se manifestou dizendo que havia aberto investigação para averiguar a apropriação supostamente indevida da imagem pela campanha do deputado federal.

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