Politica

Em depoimento, Queiroz não nega vazamento de operação da PF

Investigação apura suposto vazamento de ação que atingiria gabinete de Flávio Bolsonaro, na época deputado estadual, para não prejudicar a eleição do presidente Jair Bolsonaro

Correio Braziliense
postado em 02/07/2020 20:06
Investigação apura suposto vazamento de ação que atingiria gabinete de Flávio Bolsonaro, na época deputado estadual, para não prejudicar a eleição do presidente Jair BolsonaroO depoimento do policial militar aposentado Fabrício Queiroz ao Ministério Público Federal (MPF) não nega que houve vazamento na Operação Furna da Onça, um desdobramento da Lava-Jato, em 2018. As informações são do procurador Eduardo Benones, do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do MPF no Rio de Janeiro, que ouviu Queiroz por cerca de 2 horas e 30 minutos. De acordo com ele, o depoimento indica que as investigações devem continuar.

Queiroz é ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), na época em que ele era deputado estadual no Rio. A investigação apura possível vazamento na operação, que gerou um relatório que atingiu o gabinete do senador na Assembleia Legislativa do estado (Alerj). Na época, o documento elaborado pelo então Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou uma série de transações suspeitas que somavam R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 de Queiroz. 

Foi a partir deste relatório que teve início a investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ) sobre esquema conhecido como ‘rachadinha’, de desvio dos salários de servidores na Alerj. Na última segunda-feira (29), Queiroz prestou depoimento no âmbito desta investigação.

A denúncia de suposto vazamento foi feita em entrevista à Folha de S. Paulo pelo empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio e que atuou na campanha do presidente Jair Bolsonaro, em 2018. Ele disse que na época Flávio foi informado por um delegado da PF sobre a Operação Furna da Onça, que chegou a Queiroz. 

Após informação, Queiroz e sua filha, Natália Melo de Queiroz, lotada no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro, foram exonerados, no dia 15 de outubro. Segundo Marinho, o delegado da PF que vazou a operação a Flávio o orientou a demitir o assessor. Além disso, ele teria dito, ainda, que iriam atrasar a operação para que acontecesse depois do segundo turno das eleições, para não prejudicar o presidente.

Queiroz está preso desde o dia 18 de junho no Complexo Penitenciário de Bangu. A prisão foi feita no âmbito das investigações da 'rachadinha'. Sua esposa, Márcia Aguiar, está foragida. Queiroz foi encontrado em um imóvel de Frederick Wassef, que até então era advogado do senador. Ele saiu do caso das 'rachadinhas' após a prisão do ex-assessor de Flávio.

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