Politica

André Mendonça diz que "independência" da PF "não é soberania"

Ministro rechaçou a possibilidade de que esteja ocorrendo interferência do Executivo na corporação, mas cobrou isenção

Correio Braziliense
postado em 03/07/2020 16:09
Ministro rechaçou a possibilidade de que esteja ocorrendo interferência do Executivo na corporação, mas cobrou isençãoO ministro da Justiça, André Mendonça, afirmou, nesta sexta-feira (03), durante uma live promovida pelo BTG Pactual, que a "independência e autonomia" da Polícia Federal "não significa soberania de atuação". As declarações polêmicas foram feitas após ele ser perguntado sobre suposta interferência política na corporação.

De acordo com o ministro, o governo exige atuação efetiva da instituição, e cobra resultados. “Essa independência e autonomia que a PF tem, ela não significa uma soberania de atuação. Eu, como Ministro da Justiça, demando uma atuação efetiva da PF. Eu cobro resultados, eu quero saber se estão fazendo operações. Quais as dificuldades estão tendo para tentar ajudar a solucionar”, disse Mendonça.

De acordo com o ministro, é impensável que se cogite interferência do governo na PF. “Então elucubrar uma interferência no trabalho da Polícia Federal é impensável. E não é nesse governo. É em qualquer governo. Qualquer governo que tente isso não vai ter êxito. Pelo contrário. Terá contra si uma avaliação não só política, mas de uma situação de risco jurídico evidente”, completou.

Ele criticou o que chamou de "punitivismo", que na visão do ministro seria perseguição contra determinado grupo. "O que a gente cobra: persigam o crime? Sim. Mas de modo imparcial, de modo isento, sem perseguição a grupo A ou grupo B. Que tenham uma atuação responsável", disse.“ Eu não tenho que ter um punitivismo, agora eu tenho que ter uma atuação séria e efetiva, eficaz no menor tempo possível”, completou.

André Mendonça, ex-advogado-geral da União, passou a comandar o Ministério da Justiça com a saída de Sérgio Moro, que acusa o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir na corporação. O interesse do chefe do Executivo seria proteger familiares e aliados que estão no alvo de investigações.

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