Politica

Bolsonaro insiste na cloroquina e volta a defender abertura total

Correio Braziliense
postado em 05/07/2020 04:04
Bolsonaro posa com o embaixador dos EUA no festejo da independência
 
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, ontem, o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pessoas com a covid-19, embora não haja comprovação científica da eficácia do medicamento. O retorno ao tema foi em entrevista depois de ter sobrevoado, em Santa Catarina, duas das cidades atingidas pelo ciclone bomba, que matou nove pessoas no estado. Ele também insistiu na abertura total da economia ao afirmar que a “segunda onda” da crise, com desemprego e recessão, seria mais grave do que a pandemia do novo coronavírus.

“Estamos tendo notícias, não só no Brasil como no mundo, (de que) o tratamento precoce via hidroxicloroquina tem surtido efeito. Então, nós apelamos àqueles ainda que resistem a esse protocolo que realmente entendam que o único tratamento que temos no momento, enquanto não chega a vacina, é a hidroxicloroquina”, observou, mas sem dizer de onde vêm as informações que disse ter. Bolsonaro destacou, ainda, que o Brasil se aliou à Inglaterra e a outros países com U$ 100 milhões na busca pela vacina.

O presidente ainda insistiu que passou da hora de retomar a economia. “Nossa equipe de ministros, de forma muito profissional, tomou todas as providências, não só para atender a estados e municípios com recurso, bem como trabalhamos também para que empregos não fossem destruídos, porque a segunda onda, a recessão, seria muito mais grave do que o que vivemos no momento”, explicou.

Ele lamentou as mortes na região provocadas pelo ciclone bomba e se colocou à disposição do governo catarinense. “Passamos por alguns pontos que foram atingidos pelo fenômeno. Realmente é uma imagem triste. Somos solidários também aos familiares que perderam seus parentes. Estamos trabalhando, mas, agora, de forma mais integrada, colocando-nos à disposição do governador e dos prefeitos para recuperar e mitigar os problemas”, afirmou.

Depois de um bom tempo sem falar sobre política publicamente, Bolsonaro aproveitou para garantir que o governo “respeita a Constituição” acima de tudo. “Nós quebramos paradigmas. Encontramos um Brasil com sério problemas econômicos, financeiros, éticos e morais. É um governo que respeita a Constituição acima de tudo, e ninguém pode falar uma só palavra que porventura venha a dizer que estamos fazendo o contrário. Respeitamos a liberdade de expressão, que é um dos pilares da democracia; respeitamos os Poderes. Temos dificuldades, sim, porque o governo passou a trabalhar de forma diferente dos anteriores”, garantiu.

4 de Julho
À tarde, Bolsonaro participou de um almoço na residência do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, para comemorar a data da independência americana. Estava acompanhado dos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Fernando Azevedo (Defesa), Walter Braga Netto (Casa Civil) e do secretário de Assuntos Estratégicos, Flávio Rocha.

Ele parabenizou o presidente Donald Trump e o povo americano pela data. “Gostaria de parabenizar o presidente @realDonaldTrump e o povo dos EUA pelo 244º aniversário de sua Independência. Como líderes das duas maiores democracias ocidentais, trabalhamos para avançar os ideais de liberdade, democracia e dignidade humana que esta data representa”, postou no Twitter.

Aproveitou, ainda, para cumprimentar Trump “pelo belíssimo e corajoso discurso do dia de ontem” — referindo-se às falas do presidente dos EUA em evento no Monte Rushmore, na Dakota do Sul, no qual fez um apelo aos eleitores descontentes e acusou os manifestantes que participaram do movimento racial Black Lives Matter de se envolverem em uma “campanha impiedosa para acabar com a nossa história”.

“Palavras de um grande estadista. Que o legado e os valores dos fundadores dessa grande nação permaneçam sólidos e jamais sejam apagados por radicais”, anotou Bolsonaro, em português e inglês.

Advogado isenta deputado de culpa
Baleado pelo deputado estadual do Rio de Janeiro Alexandre Knoploch (PSL), o advogado e empresário Helvídio Neto, de 39 anos, divulgou uma nota, ontem, isentando o parlamentar de culpa. Assinada pelo seu advogado Thiago Leônidas, assegurou que o deputado agiu em legítima defesa depois que Helvídio desferiu um soco contra ele.O parlamentar disparou um tiro no pé do advogado em frente a um bar, na 408 Sul, em Brasília, na madrugada da última sexta-feira. A defesa de Helvídio esclareceu que, em razão de uma confusão generalizada, na qual um amigo seu havia sido agredido, o advogado agrediu o parlamentar, “que não tinha envolvimento com o incidente, tendo este sacado a arma e desferido um único disparo contra Helvídio Neto, como forma de legítima defesa reconhecida pelo senhor Helvídio Neto após orientação e conversa com seu advogado”.A defesa de Helvídio informou que a versão completa do episódio será dada amanhã. A relação entre o deputado e Helvídio é investigada pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). Fontes ouvidas pelo Correio garantem que ambos estavam juntos antes da discussão, aparentando serem amigos ou conhecidos, antes da agressão e do tiro.


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