Politica

Com coronavírus, Bolsonaro volta a falar em superdimensionamento do vírus

Bolsonaro completou afirmando que as medidas restritivas levaram "pânico à população"

Correio Braziliense
postado em 07/07/2020 14:18
Jair BolsonaroCom o resultado positivo para o novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar em “superdimensionamento” em torno da pandemia. O anúncio de que foi infectado pelo covid-19 foi feito pelo próprio presidente em uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto na tarde desta terça-feira (7/07).

“No meu entender, houve um superdimensionamento. Sabemos da fatalidade do vírus para aqueles que têm uma certa idade, como eu, acima de 65, bem como para aqueles que têm comorbidades, tem doenças ou outros problemas. Nisso o vírus poderia ser decisivo e levaria a óbito. Todo mundo sabia disso. O isolamento foi feito de forma horizontal, ou seja, todo mundo ficou em casa como obrigação.Teve certas autoridades que proibiram ir a praia. Isso coube a governadores e prefeitos”.

Bolsonaro completou afirmando que as medidas restritivas levaram “pânico à população”.

“Medidas outras exageradas, no meu entender ou não,  levaram um certo pânico a sociedade no tocante ao vírus. Todo mundo sabia que mais cedo ou mais tarde ia atingir uma parte considerável da população. Se eu não tivesse feito o exame, não saberia do resultado. E ele acabou de dar positivo”.

Ao falar do resultado do teste,o presidente contou que começou a se sentir mal ainda no domingo (5/7). “Começou domingo com uma certa indisposição e se agravou durante o dia de segunda-feira, com mal estar, cansaço, um pouco de dor muscular e a febre no final da tarde chegou a bater 38ºC. Daí eu resolvi então, com esses sintomas, o médico da presidência apontando para contaminação pelo covi-19, fomos fazer uma tomografia no HFA.Os pulmões estavam limpos, ou seja, não tinha nada de opaco, dando sinal positivo, mas dados os sintomas a equipe médica resolveu aplicar hidroxicloroquina e eu tomei no dia de ontem por volta das 17h o primeiro comprimido, também azitromicina. Todo aquele composto foi ministrado e confesso que como acordo muito durante a noite, é normal, depois da meia-noite eu consegui sentir alguma melhora”

Segundo ele, às 5h tomou a segunda dose da medicação, que não possui efeito comprovado. “Confesso a vocês, estou perfeitamente bem. Obviamente, as medidas que estou tomando, protocolares, são para evitar contaminação a terceiros. Isso cabe a todo e qualquer cidadão brasileiro, independente de ser cidadão comum ou presidente da República”.

Bolsonaro disse ainda que achava que já havia sido contaminado, por conta das agendas públicas que cumpriu. No entanto, muitas das vezes, o mandatário saia sem máscara, desrespeitando orientações de órgãos de saúde. “Confesso que eu achava que já tinha pego lá atrás, tendo em vista a minha atividade muito dinâmica perante a população e digo mais: eu sou o presidente da República e estou na frente de combate, não fujo a minha responsabilidade e nem me afasto do povo. Eu gosto de estar no meio do povo. Então tendo em vista esse meu contato com povo, bastante intenso nos últimos meses, eu achava até que já tivesse contraído e não ter percebido, como a maioria da população brasileira, que contrai o vírus e não percebe a contaminação”.

E completou: “Confesso a vocês, se não tivesse feito o exame e tivesse tomado a hidroxicloroquina como preventivo como muita gente faz, eu estaria trabalhando até, e obviamente, poderia estar contaminando gente. Essa foi a minha preocupação de buscar fazer o exame na própria segunda feira para evitar o contágio de terceiros”.


Governadores


Bolsonaro disse que devido a decisão do Supremo Tribunal Federal, não pode decidir pelo fim da quarentena ou pela reabertura de comércios. De acordo com ele, o Executivo passou a ser apenas um órgão de repasse de verbas a estados e municípios.

“Eu fui muito criticado pelas minhas posições no passado. O objetivo final do isolamento social não é dizer que você não vai contrair o vírus, mas fazer que esse vírus fosse diluído ao longo do tempo e impedir  que houvesse acúmulos nos hospitais por falta de leitos e UTI’s ou de respiradores. Então essa foi toda a estratégia montada no passado no tocante a isso. Logo depois, o Supremo Tribunal Federal decidiu que essa decisão de isolamento social ou não seriam privativas de governadores e prefeitos. O presidente da República basicamente passou a ser um órgão que repassava dinheiro, recursos para estados e municípios como regra. Definimos nós, quais eram as atividades essenciais, fizemos, umas outras nós alteramos no futuro e essa foi a estratégia montada”.

Saiba Mais

Bolsonaro repetiu que a política de restrição contra o coronavírus está sendo tomada por líderes locais e que não pode interferir. Por isso, destacou, “se ela vai indo bem ou mal, a responsabilidade é de governadores e prefeitos”.

O presidente cumprirá a quarentena no Palácio da Alvorada e relatou que despachará por meio de videoconferência.

“Quanto ao repouso vai ser pessoal, particular meu. Não sei ficar parado. Estou sendo vigiado pela primeira-dama. Vou ficar despachando por videoconferência e alguns papéis eu assinarei aqui, não vou poder fugir a essa rotina”, concluiu. Bolsonaro deverá fazer um segundo exame na próxima segunda-feira (13/07).

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags