Correio Braziliense
postado em 09/07/2020 14:18
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está investindo pesado na importância das reformas tributárias e administrativas. Ele voltou a tocar no tema em entrevista na Band. Maia também falou sobre o veto presidencial contra a manutenção da desoneração da folha salarial, que acredita, será derrubado, sobre a CPMF, criticou o presidente da República, Jair Bolsonaro, por fazer propaganda da hidroxicloroquina contra o coronavírus, já que o medicamento não tem comprovação científica de eficácia nesse caso, e também destacou a importância do combate às fake news, quando questionado sobre as contas de fake de assessores de Bolsonaro, derrubadas pelo FacebookMaia destacou que o veto presidencial contra a desoneração da folha salarial de 17 setores, que, destacou, poderá aumentar o desemprego. E afirmou que a oneração de empresas poderá chegar a R$ 10 bilhões, se o Congresso não sustar a medida de Bolsonaro. “Esse é um tema muito importante. São 17 setores da economia que vão entrar 2021 com impacto na mão de obra de R$ 10 bilhões. A decisão majoritária deve ser pela derrubada do veto, somado vamos ter que nos debruçar no orça de 2021, e saber de onde tirar esses R$ 10 bi”, opinou.
Questionado sobre CPMF, mais uma vez, se disse radicalmente contra. E destacou que fez campanha contra em 2007. “Não podemos esquecer que cada R$ 100 de riqueza dos brasileiros, R$ 35 já ficam com o governo federal, estados e municípios. É uma participação muito grande da sociedade. Não queremos criar novos impostos em cima de um um país que já tem carga tributária de país rico e que presta serviços de países não ricos, aumentar a participação da sociedade em um imposto ruim, que tributa de forma desproporcional o brasileiro mais simples do mais rico, e quem paga a conta é o mais simples”, destacou.
“Somado a isso, vamos criar um imposto de transação financeira de alíquota de 0,40%, em taxa de juros de 2,5%. Isso cria custo sem precedentes. Fora toda a regressividade e não possibilidade desse imposto ser compensado nas exportações. Pra mim, pessoalmente, é uma tragédia. A gente precisa aprovar a reforma tributária, que simplifique impostos de bens e serviços, que trate da renda para diminuir distorções, sem dúvida, e pegar o governo, estados e municípios, e fazer reforma administrativa melhorando a qualidade do gasto. Gastamos muito com despesas obrigatórias. Precisamos reduzir para o governo voltar a investir sempre em parceria com o setor privado”, completou
Reforma administrativa
Maia também falou na reforma administrativa, e na importância de melhorar a qualidade do gasto público. “Temos que melhorar o ensino das nossas crianças, melhorar e ampliar o SUS, que se mostrou tão importante na crise, melhora a segurança pública. Nosso grande objetivo tem que ser olhar pela a melhora do gasto público. Modernizar o estado. O poder mais importante é o executivo, somado a estados e municípios, mas precisamos ter esse norte. Mas criou um estado, e tudo foi feito de forma legítima, mas algumas categorias ganham muito e sobra pouco recurso para modernizar”, opinou.
“Precisamos valorizar a qualidade do serviço público, o mérito, onde para crescer na carreira, tenha que produzir mais, melhorar a qualidade do trabalho, que é uma coisa que não tem hoje. É importante. Com uma reforma tributária que melhore o ambiente de negócios. Hoje, tributamos muito o consumo, o que significa que tributamos mais a classe média e os mais simples, porque tributamos mais o consumo. Sou otimista em relação à reforma tributária. Temos grande espaço para simplificar os impostos e trazer mais apetite de st privado de investir no Brasil”, disse.
“Não há nada mais importante que a reforma tributária. Fizemos a previdência e o Brasil não cresceu. Não ia crescer esse ano, mesmo sem pandemia, como esperávamos. Há um problema estrutural. Nos gastos públicos, mas, principalmente, no sistema tributário, que afasta investidores. Temos no STF R$ 1,5 trilhão de litígios tributários”, acrescentou.
Bolsonaro com covid-19
Maia criticou a atitude de Bolsonaro de fazer propaganda da hidroxicloroquina. “Nenhum de nós que não somos da área médica devemos mostrar remédio pra ninguém. Você pode perder a vida por estar tomando remédio errado. Por mais que tenha boa vontade, acho que o presidente deveria parar de ficar mostrando remédio ‘a’, ‘b’ ou ‘c’. Isso é responsabilidade do Ministério da Saúde e dos médicos”, alertou.
“Espero que esse momento, ele possa refletir, e como fez a crítica como o governador Mauro (Mendes, do Mato Grosso), que eu estava ouvindo. Precisamos de maior articulação entre governo federal, estados, municípios Congresso e Supremo. Temos mais de mil mortos por dia e longas semanas de pandemia. O importante é que ele saia com saúde. Torcemos pela saúde do presidente e de todos os brasileiros, que ele possa reunir Câmara, Senado, Supremo, e trabalhar de forma reunida. Se não unirmos esforços, continuaremos tendo muitos problemas no curto, médio e longo prazo na recuperação do país”, advertiu.
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