Politica

Presos empresários ligados a MBL

Correio Braziliense
postado em 11/07/2020 04:12
Kim Kataguiri lidera o MBL: alegação é de que presos não são do movimento

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP), a Polícia Civil e a Receita Federal deflagraram, ontem, a Operação Juno Moneta para investigar suposta sonegação fiscal de mais de R$ 400 milhões e também apurar “confusão empresarial” entre o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Movimento Renovação Liberal (MRL). Segundo a Promotoria, duas pessoas com “estreitas ligações” com os movimentos foram presas — Alessander Monaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso, vulgo Luciano Ayan.

“As evidências já obtidas indicam que estes envolvidos, entre outros, construíram efetiva blindagem patrimonial composta por um número significativo de pessoas jurídicas, tornando o fluxo de recursos extremamente difícil de ser rastreado, inclusive utilizando-se de criptoativos e interpostas pessoas”, indicou o MP-SP em nota.

A operação foi realizada pelos promotores do Grupo Especial de Repressão a Delitos Econômicos (Gedec), que cumpriram, ainda, mandados de busca e apreensão em seis endereços ligados “às empresas envolvidas na investigação sobre prática de crimes de lavagem de dinheiro”. A investigação é conduzida pelo promotor Marcelo Mendroni.

Com relação às buscas, o MP-SP indicou que foram apreendidas diversas mídias digitais, entre celulares, computadores, HDs e pendrives, além de documentos impressos e dinheiro. “Foram encontradas e não apreendidas drogas (maconha) interpretadas para uso pessoal”, registrou a nota da Promotoria.

Doações

Os investigadores também se debruçam sobre “recebimento suspeito de doações on-line”. Segundo o Gedec, foi identificado o recebimento de doações por meio da plataforma Google Pagamentos — “que desconta 30% do valor, em vez de doações diretas na conta do MBL/MRL”.

Os promotores também informaram que apuram suposta constituição e utilização de empresas “em incontáveis outras irregularidades, especialmente fiscais”.

O MBL afirmou que nenhum dos presos na operação são do movimento. Em nota, informou que “não existe confusão empresarial entre Movimento Brasil Livre e Movimento Renovação Liberal, haja vista que o MBL não é uma empresa, mas, sim, uma marca, sob gestão e responsabilidade do Movimento Renovação Liberal”. “Chega a ser risível o apontamento de ocultação por doações na plataforma Google Pagamentos, haja vista que todas as doações recebidas na plataforma são públicas, oriundas do YouTube e vulgarmente conhecidas como ‘superchats’, significando quantias irrisórias, feitas por uma vasta gama de indivíduos de forma espontânea”, diz o comunicado.


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