Politica

Brasília-DF

Correio Braziliense
postado em 11/07/2020 04:12


Um ministério vazio

O Brasil encerrou mais uma semana com a média acima de mil mortes diárias por covid-19. Caminhamos rapidamente para 2 milhões de casos confirmados, e o país enfrenta dificuldades de toda ordem, da situação crítica em diversas cidades à confusão nas medidas de flexibilização. Na mesma semana em que o presidente assumiu publicamente estar infectado pelo novo coronavírus e anunciou tomar hidroxicloroquina a fim de reduzir os efeitos da doença, cresce a expectativa sobre o papel coordenador do Ministério da Saúde no enfrentamento da covid-19. Há diversos pontos questionáveis e controversos na pasta — restrições à divulgação de dados, ausência de médicos em postos chaves, defesa da cloroquina para tratamento. Mas a gravidade do que acontece hoje no ministério responsável pelo combate a este flagelo sanitário pode ser medida por um dado perturbador: ausência de um titular. Já se passaram oito semanas, ou 56 dias, desde a saída de Nelson Teich, a última autoridade médica a falar pelo governo federal. E não há perspectiva de mudança no estado das coisas. Se o Planalto tem se apressado em indicar um titular para a Educação — área historicamente sofrida, mas não nas proporções desta tragédia sanitária — a mesma preocupação está ausente neste ministério-chave.


Muito, mas pouco

Um levantamento da Siga Brasil, plataforma de dados orçamentários do Senado, revela que apenas 43% dos recursos autorizados pelo governo federal para combater a pandemia foram efetivamente gastos. Dos R$ 506 bilhões destinados ao enfrentamento da covid-19, foram executados R$ 216 bilhões. Boa parte da verba é destinada ao Ministério da Cidadania, uma das pastas responsáveis pelo auxílio emergencial. Mas o cálculo também envolve as compras do Ministério da Saúde, que enfrenta burocracia e a alta demanda internacional por insumos contra a covid-19.

Avassaladora

E para quem ainda tem dúvida se é o momento de baixar a guarda: em 11 de março, a Organização Mundial da Saúde decretou a covid-19 como pandemia global. Quatro meses depois, a doença continua avassaladora. Ontem, o mundo bateu o recorde de casos diários, com 227 mil registros, segundo os números da Universidade Johns Hopkins. O Brasil respondeu por, aproximadamente, 20% desse total, com 45 mil infectados, atrás, apenas, dos EUA, com 55 mil casos.

OAB é contra

Um parecer da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre o projeto de lei das fake news contesta a obrigatoriedade de as plataformas digitais armazenarem por três meses os dados de usuários que encaminharem mensagens em massa. A proposta está em tramitação na Câmara. O armazenamento seria necessário para fins de investigação judicial ou quebra de sigilo. No entendimento da OAB, contudo, a medida “viola garantias constitucionais de sigilo de comunicações e fragiliza a presunção de inocência”.


CURTIDAS   


A educação ideal /
tempos de renovação na educação, convém resgatar o legado de Anísio Teixeira (foto), um dos nomes seminais na história da Universidade de Brasília. Em homenagem aos 120 anos de nascimento do educador, a revista Darcy publica uma edição especial. Autores de artigo na publicação, os professores João Augusto de Lima Rocha e Remi Castioni relembram o compromisso de Anísio com a “educação pública, universal e gratuita no Brasil.”

Devoto de Dewey /
Lembram, ainda, a reverência que Anísio Teixeira guardava a outro famoso educador, o filósofo norte-americano John Dewey, conhecido por publicar textos fundamentais sobre democracia e educação.

Ecos da Rio-92 / Em 1992, o Brasil se tornou referência mundial ao receber mais de 170 delegações de países na Rio-92, conferência da ONU para discutir a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Três décadas se passaram, e o Brasil começou a ser pressionado por investidores internacionais e nacionais a adotar políticas ambientais mais convincentes. Não somos o único país a ter uma conduta questionável em relação ao meio ambiente – basta ver quem são os maiores emissores de gases poluentes no mundo. Mas é indiscutível que uma agenda ambiental constitui passaporte para melhorar a imagem do Brasil no exterior.

Marias brasileiras /
Após se consolidar na internet, o canal As Marias do Brasil estreia amanhã na TV aberta. O programa que retrata a força da mulher brasileira vai ao ar na TV União Brasília, às 13h20. A jornalista Cléa Paixão conversará com a cantora Paulah Gauss, que desenvolve um trabalho social em São Paulo.

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